O que você precisa saber antes de ver Um Filme Minecraft

Longas baseados em marcas populares quase sempre geram uma combinação de empolgação e ceticismo. O público carrega consigo uma descrença pautada por precedentes nada animadores, e quando essa marca é um videogame que virou febre entre crianças e adultos no mundo inteiro, a expectativa dobra.

Foi assim com Sonic, com Super Mario e, agora, com Minecraft. Só que a proposta aqui vai além de uma simples adaptação, pois o filme busca transformar um universo sem narrativa fixa em uma história de cinema.

Um grande desafio

Minecraft é, antes de tudo, uma ferramenta criativa. Quem já passou horas minerando blocos ou construindo castelos sabe que o jogo não se apoia em enredos ou personagens definidos. Ele é livre, aberto e depende totalmente da imaginação de quem joga. E é justamente essa ausência de história que se torna um desafio enorme para qualquer roteirista ou diretor que tenta transformá-lo em algo cinematográfico.

O projeto começou ainda em 2014, quando a Warner Bros. e a Legendary fecharam um acordo com a Mojang, desenvolvedora do jogo. Desde então, a produção enfrentou uma série de trocas de equipe criativa, saídas de diretores, mudanças de roteiro e até a desistência de atores confirmados.

A primeira tentativa foi com Shawn Levy, de Deadpool & Wolverine, que deixou o projeto ainda no mesmo ano. Depois, outros nomes passaram pela direção, como Rob McElhenney, Peter Sollett e os irmãos Aaron e Adam Nee. Todos acabaram abandonando o barco por diferentes motivos, o que prolongou o desenvolvimento do filme por quase uma década.

Só em 2022 a produção pareceu finalmente engrenar com a chegada de Jared Hess na direção e o retorno de colaboradores antigos como Chris Bowman e Hubbel Palmer, que trabalharam com Hess em Masterminds.

Aposta no live-action

Diferente do que muitos esperavam, Um Filme Minecraft é um filme em live-action, e não em animação. A escolha é ousada, considerando o visual icônico do jogo, conhecido por seus gráficos em blocos.

A trama acompanha quatro pessoas do mundo real que acidentalmente entram no jogo: Garrett “The Garbage Man” Garrison (Jason Momoa), Henry (Sebastian Eugene Hansen), Natalie (Emma Myers) e Dawn (Danielle Brooks). Após atravessarem um portal misterioso, eles se veem presos no Overworld, um mundo cúbico, peculiar e repleto de perigos inspirados diretamente no universo do jogo.

Neste novo ambiente, os personagens precisam aprender a sobreviver em meio a criaturas hostis como Piglins e Zumbis. Para isso, contam com o apoio de Steve (Jack Black), um construtor imprevisível e experiente que os guiará pela jornada.

Além de enfrentar os desafios do Overworld, os protagonistas descobrem aos poucos habilidades que nem sabiam possuir. Essas descobertas são fundamentais para que consigam retornar ao mundo real e também para que aprendam a lidar com aspectos importantes de suas próprias vidas.

Comparações inevitáveis

O sucesso de Uma Aventura Lego e Barbie mostra que é possível transformar produtos sem enredo tradicional em filmes cativantes e lucrativos. Ambos apostaram em roteiros inteligentes e direções criativas, transformando suas marcas em narrativas relevantes para públicos de diferentes idades.

Ao mesmo tempo, há o risco de cair em armadilhas como as vistas em Emoji: O Filme, que não conseguiu encontrar uma abordagem envolvente para seu universo. A chave para o sucesso está na capacidade de criar uma história autêntica, que dialogue com a essência do jogo.

Já em cartaz, Um Filme Minecraft pode ser visto nas salas de cinema do Brasil. A produção leva para as telas o jogo mais vendido de todos os tempos, explorando a imaginação como ferramenta central da narrativa.

Independentemente de familiaridade com o jogo, Um Filme Minecraft apresenta uma proposta que une aventura e criatividade em uma produção que marca a estreia do universo de Minecraft nos cinemas.

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