Zaynara: “A cultura tem um alcance atemporal, fala direto ao coração das pessoas”
Zaynara lança nesta quinta-feira (20), às 21h, o clipe de Perfume da Bôta, primeiro single do álbum que chega às plataformas ainda neste semestre pela Sony Music. A cantora é um dos expoentes da região Norte e principal nome do Beat Melody, ritmo que ajudou a popularizar e mistura influências do Brega paraense, das guitarradas […] O post Zaynara: “A cultura tem um alcance atemporal, fala direto ao coração das pessoas” apareceu primeiro em Harper's Bazaar » Moda, beleza e estilo de vida em um só site.


Foto: Divulgação
Zaynara lança nesta quinta-feira (20), às 21h, o clipe de Perfume da Bôta, primeiro single do álbum que chega às plataformas ainda neste semestre pela Sony Music. A cantora é um dos expoentes da região Norte e principal nome do Beat Melody, ritmo que ajudou a popularizar e mistura influências do Brega paraense, das guitarradas nativas e da música eletrônica. Filmado na Ilha de Outeiro e no interior de Benevides, no Pará, exalta sua conexão com as raízes amazônicas e a crença popular que dá nome à faixa.
Vencedora do Prêmio Multishow e do WME Awards em 2024, a cantora também faz desse lançamento um manifesto visual, apostando em criações de artistas do Norte, como o estilista Labô Young. O paraense de Icoaraci, que já vestiu Anitta e Ivete Sangalo, criou um look exclusivo para o clipe, trançado com folhagens amazônicas. “Sempre quis colaborar com ele e fiquei feliz de realizarmos isso nesse momento da minha carreira”, conta ela. “A cultura tem um alcance atemporal, fala direto ao coração das pessoas e é uma ferramenta poderosa para ampliar esse debate”, diz a cantora, que será uma das atrações do Festival Amazônia Para Sempre, ao lado de Mariah Carey, Dona Onete e Gaby Amarantos, em setembro, dois meses antes da COP30, em Belém.
Além do visual impactante, Perfume da Bôta traz uma coreografia assinada por Hian Maniva, outro nome paraense que reforça a identidade do projeto. Na entrevista a seguir, Zaynara fala sobre o novo single, a força do Beat Melody e seu papel como artista em um momento crucial para a Amazônia. Scroll!

Foto: Divulgação
Harper’s Bazaar – Zaynara, como você descreveria o Beat Melody para quem ainda não conhece?
Zaynara – O Beat Melody é um estilo musical do Pará que tenho muito orgulho de ver sendo abraçado pelo Norte e pelo Brasil. Ele nasceu a partir do Brega paraense, com forte influência da música de Cametá (PA), minha cidade. O que o diferencia é a levada, com um kit de bateria específico, distinto do Calypso e do Tecnomelody. Além disso, traz guitarradas nativas, presentes no Brega e no Calypso, além de elementos percussivos, eletrônicos e do pop.
Harper’s Bazaar – E como é para você ser um dos principais nomes desse movimento?
Z – É uma alegria imensa ver o Beat Melody ganhando espaço e poder levar essa sonoridade para novos públicos. Esse estilo é a fusão de tudo o que cresci ouvindo e que me formou como artista – das referências paraenses e cametaenses ao pop nacional e internacional –, mas dentro de um ritmo único.
HB – Perfume da Bôta traz uma sonoridade intensa do Beat Melody. O que influenciou esse single?
Z – Me inspirei nos metais cametaenses do Mestre Cupijó, um dos maiores artistas da minha terra. Essa faixa tem um lado mais dançante e sensual, algo que ainda não tinha mostrado ao meu público.
HB – O clipe foi filmado no Pará. Como essa ambientação dialoga com a música?
Z – Ele foi gravado na Ilha de Outeiro e no interior de Benevides, perto de Belém. Trouxemos elementos da cultura local, como os rios e a crença no perfume da bôta, que dá nome à música. Esse perfume, vendido no Ver-o-Peso, é famoso por atrair prosperidade. Na canção, ele simboliza o amor que a personagem busca e conquista, mantendo sempre o controle da situação.
HB – Além da música, os visuais também chamam atenção. Como foi essa escolha?
Z – Quis que os looks fossem especiais. Um deles foi criado pelo Labô, artista paraense que admiro muito, com folhagens amazônicas trançadas. Sempre quis colaborar com ele e fiquei feliz de realizarmos isso nesse momento da minha carreira.
HB – A coreografia também é um destaque. Como foi esse processo?
Z – Já temos uma coreografia assinada pelo Hian Maniva, meu coreógrafo, que também é paraense. Gosto muito de trabalhar com talentos do Norte e valorizar nossa cultura em todos os detalhes.
HP – Seu álbum sai ainda neste semestre. Alguma surpresa que possa adiantar?
Z – Posso adiantar que ele sai em breve e que estou empolgada em mostrar tudo dele, pois é o meu primeiro trabalho lançado pela Sony Music e pela Mynd, e também o primeiro trabalho que eu me mostro ainda mais como compositora, em músicas e coreografias. Eu acho que estou cada vez mais segura dentro do meu trabalho e isso reflete em todos meus projetos. Estou feliz!
HB – Com a COP30 se aproximando e o Pará no centro das discussões ambientais, como você enxerga o papel da cultura nesse momento?
Z – O Pará e toda a Amazônia são extremamente ricos em cultura, com uma criatividade pulsante e uma conexão profunda com a natureza. Faço questão de trazer minhas origens comigo, assim como os caminhos pelos rios que me trouxeram até aqui e que ainda me levarão a muitos lugares. A cultura tem um alcance atemporal, fala direto ao coração das pessoas e é uma ferramenta poderosa para ampliar esse debate.
HB – E como você, como artista, se posiciona nessa discussão?
Z – Sinto-me honrada em contribuir como porta-voz para temas tão urgentes como os que serão abordados na COP30. Tenho imenso respeito pelos povos originários e pelo que a floresta nos oferece, do alimento ao ar que respiramos. Acredito que os artistas são agentes de transformação dentro de suas possibilidades, e estou aqui para dar voz a essa causa – e também para aprender, porque esse processo é contínuo.

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