Vidros: veja principais tipos, recomendações de espessura e aplicações na decoração
O vidro é muito usado em móveis, fachadas e divisórias. As arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos explicam como escolher o tipo ideal para cada situação:

“Usado pela humanidade há milênios, o vidro sempre mostrou sua relevância nas diferentes eras e estilos da arquitetura mundial, passando pelas mãos de pequenos grupos de artesãos até ganhar as imponentes fachadas envidraçadas dos prédios de hoje. Nas residências, podemos usar em praticamente tudo: janelas panorâmicas, divisórias elegantes, tampos de mesa, boxes de banheiro. A criatividade é o limite”, explicam as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, à frente da Dantas & Passos Arquitetura. Confira abaixo um guia completo sobre o material:
Benefícios do uso do vidro

O vidro é um material que alia forma e função. Por isso, a dupla destaca, principalmente, a potência da maior entrada de luz natural, o que contribui para a redução do consumo de energia elétrica e também promove a criação de ambientes mais acolhedores. “Essa característica valoriza muito o espaço já que estamos vivendo um período de busca pelo natural, ajudando a melhorar a qualidade de vida dos moradores, além da economia financeira”, explicam.
Além disso, o vidro é reciclável, o que o torna um aliado na luta por mais sustentabilidade. Outras características como facilidade de manutenção e a alta durabilidade, o item se mantém livre de problemas comuns como envelhecimento ou corrosão, oferecendo uma solução prática e esteticamente agradável para residências contemporâneas.
Vidros aumentam o calor em dias quentes?

Não! Para desmistificar essa questão, as profissionais explicam que para esse período de calor intenso, especialmente durante o verão, já existem tecnologias avançadas como as películas de isolamento térmico. Essas películas trabalham como uma barreira contra a intensidade dos raios solares, preservando a integridade dos ambientes e evitando o aumento da temperatura interna.
“As opções variam desde películas transparentes que mantém a clareza dos ambientes até versões blackout, que garantem privacidade total. Esse leque de alternativas permite que cada projeto seja adaptado às necessidades específicas dos moradores, combinando segurança, conforto térmico, design inovador e uma resposta rápida para as mudanças climáticas”, diz Danielle Dantas.
Quais são os principais tipos de vidro?

A busca por privacidade sem abrir mão da luminosidade é uma das grandes tendências no design de interiores, então diversas opções de vidros são encontradas no mercado. Dentre elas, as arquitetas destacam:
- Vidros temperados: Cinco vezes mais resistentes que o vidro comum, em caso de quebra, o vidro se fragmenta em pequenos pedaços menos cortantes.
- Vidros laminados: Formado por duas ou mais camadas de vidro unidas por um filme plástico de PVB (polivinil butiral), o que evita que estilhace em caso de quebra.
- Vidro jateado: Permite a entrada de luz natural, mas com um efeito que assegura a privacidade dos ambientes.
- Vidro serigrafado: Com tinta aplicada durante a fabricação, cria desenhos exclusivos que oferecem um visual personalizado.
- Vidro reflexivo: Apresenta efeito espelhado, bloqueando a visão externa, embora possa inverter o efeito com a mudança na iluminação noturna.
- Vidro com películas ou persianas integradas: Proporcionam diferentes níveis de opacidade, adaptando-se às necessidades de cada ambiente.
- Vidro polarizado: Possui tecnologia com cristal líquido, permitindo ajustes entre transparência e transluzência conforme o desejo dos usuários.
“A possibilidade de personalização, com padrões e acabamentos exclusivos, é uma das razões pelas quais o vidro se mantém em alta nos projetos modernos”, refletem as profissionais.
Qual a espessura adequada do vidro?

A arquiteta Paula Passos frisa a importância da correta definição da espessura do vidro, que influencia diretamente na segurança, resistência e isolamento acústico do ambiente. As recomendações variam conforme a aplicação:
- Janelas residenciais: Geralmente entre 4mm e 6mm.
- Portas de vidro e boxes de chuveiro: Entre 8mm e 10mm, sendo comum a utilização de 8mm para boxes.
- Mesas e tampos de vidro: Normalmente entre 8mm e 12mm.
- Vitrines e prateleiras: Vidros de 10mm a 12mm para vitrines e de 6mm a 12mm para prateleiras, conforme a carga suportada.
Tipos de vidro para cada ambiente:
Banheiro

O box de vidro é um dos principais exemplos como o vidro no ambiente. “Nestes casos sempre indicamos o uso de vidros de segurança dentro das normas da ABNT. Para boxes de chuveiro os mais indicados são os vidros temperados e os vidros laminados. Nunca jamais, os vidros comuns que podem ocasionar acidentes graves”, pontua Danielle.
Sacadas e guarda-corpos

Nestes casos, a segurança deve ser prioridade. O vidro laminado é o mais recomendado, pois, em caso de quebra, a película interna mantém os fragmentos unidos, evitando demais acidentes. Outra opção são os temperados e aramados, que oferecem soluções que equilibram segurança com um design limpo e sofisticado, tornando-os uma escolha popular em projetos residenciais de alto padrão.
Divisórias internas

Em ambientes integrados, o vidro pode ser um excelente aliado para criar divisões sutis entre espaços sem comprometer a iluminação natural. Vidros jateados ou serigrafados oferecem privacidade sem bloquear totalmente a passagem da luz, enquanto modelos transparentes preservam a sensação de amplitude.
Tampo de mesa e prateleiras

O vidro traz leveza e modernidade para mesas de jantar, de centro ou até mesmo bancadas de escritório. O vidro temperado é o mais indicado, pois suporta melhor impactos e peso. “Aqui, a espessura da peça faz toda a diferença: para mesas pequenas, vidros de 8mm já são suficientes, enquanto modelos maiores ou com menos suporte estrutural pedem espessuras de 10mm ou 12mm”, diz Paula.
Fachadas e portas

Para quem busca uma fachada imponente e moderna, o vidro pode ser uma excelente escolha, desde que aplicado corretamente. Vidros laminados ou insulados (duplos) são ideais para proporcionar isolamento térmico e acústico, além de mais segurança. Já para portas internas, o vidro pode ser usado em modelos de correr ou pivotantes, garantindo um visual elegante e funcional.