Ghibli no ChatGPT: a tendência mais problemática do momento

Trend está potencializando gastos de água e facilitando manipulações políticas; entenda

Mar 31, 2025 - 22:52
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Ghibli no ChatGPT: a tendência mais problemática do momento

Nos últimos dias, uma onda de imagens transformadas em desenhos japoneses invadiu as redes sociais. A febre da trend do Studio Ghibli, impulsionada por uma atualização do ChatGPT, permite essa brincadeira visual. No entanto, o que parece inofensivo esconde efeitos colaterais preocupantes: alto consumo de água, manipulação política e debates sobre direitos autorais.

Como a criação de imagens no seu celular ou computador impacta o consumo de água?

Trump esbravejante e memes feitos no ChatGPT com muitos litros de água para as máquinas não superaquecerem
Trump esbravejante e memes feitos no ChatGPT são alguns exemplos de imagens que requerem muitos litros de água para serem geradasReprodução/Instagram

A tecnologia do ChatGPT depende de data centers, que exigem resfriamento constante com grandes volumes de água. Para cada 100 palavras geradas, estima-se o uso de 500 ml de água. Uma única imagem no estilo Ghibli pode consumir de 2 a 3 litros. Multiplique isso pelos 300 milhões de usuários semanais do ChatGPT, e o impacto se torna alarmante.

Sam Altman, CEO da OpenAI, alertou sobre o problema: “Nossas GPUs estão derretendo. Vamos limitar temporariamente as gerações até tornarmos o sistema mais eficiente.” Ele também pediu moderação aos usuários, destacando o estresse da equipe.

Tática de manipulação política?

Polícia Militar de SP em operação (à esq.) e imigrante ilegal sendo presa foram algumas das criações que órgãos oficiais do governo compartilharam até agora com a tecnologia do ChatGPT no estilo do Studio Ghibli
Polícia Militar de SP em operação (à esq.) e imigrante sendo presa na Casa Branca foram algumas das criações que órgãos oficiais do governo compartilharam até agora com a tecnologia do ChatGPT no estilo do Studio GhibliReprodução/Instagram

A trend também despertou o interesse de governos, que a utilizam para promover mensagens, por vezes controversas. A Casa Branca, por exemplo, usou a estética Ghibli para divulgar uma imagem manipulada de uma imigrante ilegal. Essa apropriação preocupa, pois a IA é central na estética do movimento MAGA, e a tendência é que outros órgãos oficiais sigam o exemplo.

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As Forças de Defesa de Israel também aderiram à trend, buscando atrair atenção para suas causas.

No Brasil, a Polícia Militar de São Paulo tem publicado imagens de seus membros no estilo Ghibli.

Prejuízo à arte e violação de direitos autorais

Polícia Militar de São Paulo aderiu ao ChatGPT, transformando fotos de momentos de trabalho em desenho no estilo do Studio Ghibli
Polícia Militar de São Paulo aderiu ao ChatGPT, transformando fotos de momentos de trabalho em desenho no estilo do Studio GhibliReprodução/Instagram
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O uso da IA para criar essas imagens também gerou críticas do cineasta Hayao Miyazaki, do Studio Ghibli, que considera a tecnologia um ‘insulto à vida’. Além disso, levanta questões sobre direitos autorais, já que a IA utiliza obras existentes como base para novas criações.

Em 2024, atores e músicos, como Julianne Moore e Thom Yorke, assinaram uma carta aberta criticando o ‘uso não licenciado de obras criativas’ para treinar modelos de IA, incluindo o ChatGPT.

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