Grupo espanhol Rodilla compra A Padaria Portuguesa

Apesar de em Espanha ter cafés e pastelarias, o grupo garante querer manter o carácter português da cadeia.

May 8, 2025 - 15:40
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Grupo espanhol Rodilla compra A Padaria Portuguesa
Grupo espanhol Rodilla compra A Padaria Portuguesa

A venda da cadeia de pastelarias, cuja primeira loja abriu em 2010, na Avenida João XXI, foi notícia em Dezembro. Cinco meses depois, a Lusa avança que A Padaria Portuguesa foi comprada pelos espanhóis do grupo Rodilla, num negócio cujos valores não foram revelados. Falta agora a aprovação da Autoridade da Concorrência.

Em comunicado, citado pela Lusa, informa-se que “o Grupo Rodilla irá implementar um plano de crescimento para a cadeia portuguesa, com o objectivo de reforçar o seu carácter português e impulsionar a sua expansão internacional”. De recordar que A Padaria Portuguesa era, até agora, uma empresa familiar detida a 100% por Nuno Carvalho (CEO) e José Diogo Quintela (humorista, ex-Gato Fedorento).

Actualmente, a marca conta com 84 lojas em Portugal, apenas seis a norte (cinco no Porto e uma em Matosinhos) e as restantes na Grande Lisboa. Conta ainda com duas fábricas de produção própria. Dos planos até 2028, estava previsto a abertura de mais quatro dezenas de lojas, criando 600 postos de trabalho.

Na mesma nota de imprensa, citada pela agência Lusa, o grupo espanhol escreve que “irá concentrar-se em assegurar um período de transição cuidado, mantendo o foco na gestão das equipas e nas operações diárias da empresa”. A história do grupo remonta a 1939 quando Antonio Rodilla decidiu apostar num negócio de sandes em Madrid. Em 1972, abria os primeiros restaurantes e em 1995 a primeira franquia. Actualmente, o grupo detém mais de 150 restaurantes.  

No site da Padaria Portuguesa, a ideia da sua criação é atribuída a Nuno Carvalho. “Eram outros tempos. Tempos em que os portugueses, e sobretudo os lisboetas, iam cada vez mais comprar o seu pão às grandes superfícies, quase sempre distantes das zonas de residência”, lê-se. “A nossa missão passava por resgatar um sentimento bairrista em declínio, com produtos de fabrico próprio, um atendimento personalizado e acolhedor, e a oportunidade generalizada de tomar o pequeno-almoço fora de casa.”

O sucesso da casa foi imediato, com o pão de deus, mal cozido, húmido e carregado de côco, a destacar-se na oferta. Nos últimos anos, porém, com a multiplicação de lojas na cidade, a Padaria Portuguesa não se tem livrado de críticas, acabando a marca a ser acusada muitas vezes de descaracterização da cidade, onde prevalecem cada vez menos pastelarias tradicionais com fabrico próprio.