10 Grandes escritoras esquecidas pela Academia Brasileira de Letras

A recente eleição de Míriam Leitão para a ABL abriu as portas para uma série de críticas vindas à esquerda e à direita. Por um lado era para se comemorar a eleição de uma mulher para uma das instituições mais machistas da nossa sociedade, por outro, excluindo-se o machismo insuperável da extrema-direita e o ódio que babam pelos cantos da boca, convenhamos, teríamos expoentes literárias para ocupar esse espaço. Mas como dissemos, a exclusão das mulheres é longa na ABL, por isso, hoje selecionamos 10 nomes que não poderiam faltar numa instituição que se quer órgão máximo de nossas letras, confira:1 - Julia Lopes de Almeida: Quando o negócio começa mal, não pode terminar bem. Esse é o caso mais exemplar da ignorância masculina e machista - perpetrada, inclusive por nossos maiores expoentes das letras - do meio literário. Julia participou das discussões de fundação da ABL, mas foi excluída pelo fato de ser mulher já que nossos ilustres autores queriam seguir à risca o modelo francês. Mas vai catar coquinho. Como espécie de compensação incluíram o dignissímo esposo de Julia, dir-se-ia poeta, mas cujos poemas morreram no tempo e ninguém sabe sequer quem seja o dito-cujo, enquanto a literatura de Julia nos ó leitura obrigatória porque é muito boa e relevante;2 - Clarice Lispector: Como perdoar um órgão que deixa passar ao largo nossa muito provável maior autora feminina?  Como considerar a ABL expressão máxima de nossas letras e literatura se é cega ao ponto de nunca ter tido entre os seus e suas, Clarice Lispector? Por quais prismas se olhe a questão, é injustificável;3 - Conceição Evaristo: Em tempos recentes foi o nome nacional que mais ganhou apoiadores para uma cadeira na ABL, sempre lembrada, mas eternamente esquecida. Escritora, professora universitária, o que não lhe faltam são predicados ao posto. Mas não rolou, tanto que em 2018 meio que fez uma campanha de anticandidatura que irritou os velhotes de lá;4 - Cecilia Meirelles: Está começando a ficar chato para a ABL, afinal, como excluir uma de nossas maiores poetizas desse seleto grupo de grandes autores? Mais um nome que é inquestionável enquanto produção literária relevante nesse país. Leitura indispensável que, alías, viceja por nossos livros didáticos seus poemas sensacionais;5 - Lygia Bojunga: Outra autora que está entre as maiores do país e cuja obra reúne uma infinidade de teses e dissertações sobre suas obras. Considerada um dos maiores nomes da literatura infanto-juvenil brasileira ela bem poderia substituir uma boa dose de membros da ABL que pela literatura pouco contribuíram, ainda assim lá estão na ABL;6 - Elvira Vigna: Falecida em 2017 a autora talvez seja um dos nomes mais fortes da literatura feminia em termos contemporâneos, vencedora dos principais prêmios literários disponíveis e autora de vasta bibliografia é outro nome que faria da ABL um lugar de alta literatura;7 - Maria Valéria Rezende: Outra autora conteporânea de destaque com obras que retratam muitos lados dos nossos Brasis de modo que por sua contribuição à literatura, pela bibliografia de grandes romances e ainda pelo engajamento da autora nos temas do feminismo justificariam sua participação na ABL;8 - Hilda Hist: Poeta maldita para uns, umas das vozes mais autêntica de nossa literatura e por isso das mais polêmicas, não raro integra a lembrança dos esquecimentos imperdoáveis da ABL no que se refere à literatura de autoria feminina;9 - Lya Luft: Olhando para algumas cadeiras ocupadas, certeza de que haveria espaço para essa santacruzense das letras, tradutoras, pedagoga e autora de uma vasta bibliografia com livros relevantes para a nossa literatura que poderia ter sido lembrada para a ABL;10 - Ana Paula Maia: A autora é jovem ainda, o que geralmente fica certo impeditivo, mas que anotem esse nome. Dona de uma literatura potente e inquietante é uma das vozes mais peculiares em nossa literatura extremamente contemporâneo. Seu olhar duro para a natureza da brutalidade faz valer e muito a leitura de suas obras e quem sabe, não fosse a ABL a ABL, reservar uma cadeira de imortal para ela.

May 6, 2025 - 21:35
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10 Grandes escritoras esquecidas pela Academia Brasileira de Letras

A recente eleição de Míriam Leitão para a ABL abriu as portas para uma série de críticas vindas à esquerda e à direita. Por um lado era para se comemorar a eleição de uma mulher para uma das instituições mais machistas da nossa sociedade, por outro, excluindo-se o machismo insuperável da extrema-direita e o ódio que babam pelos cantos da boca, convenhamos, teríamos expoentes literárias para ocupar esse espaço. Mas como dissemos, a exclusão das mulheres é longa na ABL, por isso, hoje selecionamos 10 nomes que não poderiam faltar numa instituição que se quer órgão máximo de nossas letras, confira:

1 - Julia Lopes de Almeida: Quando o negócio começa mal, não pode terminar bem. Esse é o caso mais exemplar da ignorância masculina e machista - perpetrada, inclusive por nossos maiores expoentes das letras - do meio literário. Julia participou das discussões de fundação da ABL, mas foi excluída pelo fato de ser mulher já que nossos ilustres autores queriam seguir à risca o modelo francês. Mas vai catar coquinho. Como espécie de compensação incluíram o dignissímo esposo de Julia, dir-se-ia poeta, mas cujos poemas morreram no tempo e ninguém sabe sequer quem seja o dito-cujo, enquanto a literatura de Julia nos ó leitura obrigatória porque é muito boa e relevante;

2 - Clarice Lispector: Como perdoar um órgão que deixa passar ao largo nossa muito provável maior autora feminina?  Como considerar a ABL expressão máxima de nossas letras e literatura se é cega ao ponto de nunca ter tido entre os seus e suas, Clarice Lispector? Por quais prismas se olhe a questão, é injustificável;

3 - Conceição Evaristo: Em tempos recentes foi o nome nacional que mais ganhou apoiadores para uma cadeira na ABL, sempre lembrada, mas eternamente esquecida. Escritora, professora universitária, o que não lhe faltam são predicados ao posto. Mas não rolou, tanto que em 2018 meio que fez uma campanha de anticandidatura que irritou os velhotes de lá;

4 - Cecilia Meirelles: Está começando a ficar chato para a ABL, afinal, como excluir uma de nossas maiores poetizas desse seleto grupo de grandes autores? Mais um nome que é inquestionável enquanto produção literária relevante nesse país. Leitura indispensável que, alías, viceja por nossos livros didáticos seus poemas sensacionais;

5 - Lygia Bojunga: Outra autora que está entre as maiores do país e cuja obra reúne uma infinidade de teses e dissertações sobre suas obras. Considerada um dos maiores nomes da literatura infanto-juvenil brasileira ela bem poderia substituir uma boa dose de membros da ABL que pela literatura pouco contribuíram, ainda assim lá estão na ABL;

6 - Elvira Vigna: Falecida em 2017 a autora talvez seja um dos nomes mais fortes da literatura feminia em termos contemporâneos, vencedora dos principais prêmios literários disponíveis e autora de vasta bibliografia é outro nome que faria da ABL um lugar de alta literatura;

7 - Maria Valéria Rezende: Outra autora conteporânea de destaque com obras que retratam muitos lados dos nossos Brasis de modo que por sua contribuição à literatura, pela bibliografia de grandes romances e ainda pelo engajamento da autora nos temas do feminismo justificariam sua participação na ABL;

8 - Hilda Hist: Poeta maldita para uns, umas das vozes mais autêntica de nossa literatura e por isso das mais polêmicas, não raro integra a lembrança dos esquecimentos imperdoáveis da ABL no que se refere à literatura de autoria feminina;

9 - Lya Luft: Olhando para algumas cadeiras ocupadas, certeza de que haveria espaço para essa santacruzense das letras, tradutoras, pedagoga e autora de uma vasta bibliografia com livros relevantes para a nossa literatura que poderia ter sido lembrada para a ABL;

10 - Ana Paula Maia: A autora é jovem ainda, o que geralmente fica certo impeditivo, mas que anotem esse nome. Dona de uma literatura potente e inquietante é uma das vozes mais peculiares em nossa literatura extremamente contemporâneo. Seu olhar duro para a natureza da brutalidade faz valer e muito a leitura de suas obras e quem sabe, não fosse a ABL a ABL, reservar uma cadeira de imortal para ela.