Como perdoar a mãe? Psicólogas dão dicas para se libertar de mágoas

Diversas pessoas têm dificuldade em perdoar a mãe pelos erros cometidos ao longo da vida, mas a psicologia pode ajudar nisso

May 8, 2025 - 13:58
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Como perdoar a mãe? Psicólogas dão dicas para se libertar de mágoas

Perdoar a mãe pode ser um desafio emocional para muitas pessoas. Quando a relação não é saudável, ressentimentos, dores e mágoas acabam causando danos profundos. Embora o afastamento seja a solução para algumas pessoas, outras sentem que o perdão é a melhor alternativa. Mas como fazer isso? Especialistas comentam a seguir: 

Por que perdoar a mãe pode ser difícil?

O perdão beneficia a saúde mental e física. Uma pesquisa publicada no Journal of Health Psychology revelou que pessoas com maior tendência ao perdão sofrem menor influência do estresse na saúde mental. Isso significa que perdoar é, antes de mais nada, um benefício para si.

Ainda assim, para muitos é complicado praticar o perdão ‒ e a psicologia explica a razão. “Algumas pessoas podem se sentir tão dilaceradas que perdoar parece invalidar a dor vivida. Adultos que foram crianças reprimidas, que buscaram aceitação e amor, tendem a ter autoestima mais baixa, maior fragilidade emocional e, por isso, maior dificuldade em perdoar”, diz a psicóloga Lucélia Elizabeth Paiva.

Processo é mais difícil quando envolve os pais

O processo pode ser ainda mais difícil quando envolve a figura materna. Como mães e pais costumam ser associados à segurança, conforto e proteção, a falta desses elementos pode levar ao sofrimento emocional duradouro. 

A idealização da mãe perfeita, que não erra, também contribui para que as falhas dela sejam consideradas maiores. “A gente espera amor incondicional, só que essa mãe também é um indivíduo com sua história, traumas e dores”, afirma Lucélia.

Como perdoar a mãe?

O perdão traz benefícios ao corpo humano
A psicologia ajuda a entender como perdoar alguém e o que fazer depois dissoFoto/Freepik

1. Entenda que o perdão não é um desejo 

Embora o perdão seja difícil para muitas pessoas, existem estratégias que tornam ele mais fácil. A primeira é entender que “o perdão não é um desejo, é uma decisão”, como diz Mara Leme Martins, psicóloga com PHD em medicina do comportamento.

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“Se ficarmos esperando o desejo, ele não virá. Quando decidimos perdoar de forma adulta, racional, os mecanismos emocionais seguirão essa decisão, nos trazendo paz, liberdade, energia e renovação.”

2. Tente enxergar pelo lado do outro 

Ao tomar a decisão de perdoar a mãe, por exemplo, é preciso considerar que ela também teve dores, faltas e medos. Embora isso não apague o que ela fez, a empatia pode ajudar a olhar a situação com mais leveza, de acordo com Mara.

3. Conte com a ajuda de profissionais 

Depois, é possível conversar com ela e com outras pessoas, inclusive profissionais em saúde mental, e se expressar. “Não espere que ela mude ou peça desculpas do jeito que você sonhou. O perdão vem quando a gente para de esperar que o passado mude e começa a cuidar da nossa parte na história. A dor pode até ficar, mas ela não precisa mais te controlar”, aponta a psicóloga.

Perdoar não significa se anular

Alguns erros são graves e deixam feridas profundas, que não cicatrizam rapidamente. Mas o perdão não significa esquecer ou ignorar o que aconteceu, e sim iniciar um processo de cura emocional.

“Uma coisa é entender o erro do outro, outra é continuar se machucando com ele. A gente pode perdoar e mesmo assim se afastar, pode amar e mesmo assim dizer ‘aqui não dá mais’. O perdão que custa a nossa paz não é saudável”, explica Mara. 

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Para a psicóloga, muitas vezes o perdão é silencioso. “É mais para seguir em paz do que para retomar uma relação perfeita, que talvez nunca tenha existido. O mais importante é entender que a mãe também é humana.”

Quando não perdoar?

Nem sempre é preciso manter a relação com quem te feriu, inclusive a própria mãe. Existem erros que, para algumas pessoas, impossibilitam o vínculo (ainda que temporariamente). 

“Quando a convivência nos machuca repetidamente, com invasão de limites, manipulação, humilhação constante, ou simplesmente não conseguimos mais nos sentir bem nessa relação, é necessário refletir sobre o afastamento”, indica Lucélia.

A especialista exemplifica: se a pessoa com autoestima baixa convive com alguém que a desvaloriza constantemente, pode ser mais benéfico manter distância e praticar o perdão internamente, sem necessariamente ter o contato.

Ao mesmo tempo, há casos em que você perdoa e a pessoa volta a repetir as falhas diversas vezes. “Às vezes, o afastamento é a pausa que a relação precisa para respirar e é o limite que você precisa pra viver”, finaliza Mara.

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