Entre obras e velas: o casamento de Amanda e João

Para muitos casais, o casamento é um grande marco, cheio de protocolos e tradições. Para Amanda e João, que estão juntos desde a adolescência, esse dia foi uma celebração leve e cheia de significado, sem regras impostas. A história começou em 2013, na porta da biblioteca da escola, e, mais de uma década depois, culminou em um casamento intimista, pensado para refletir sua trajetória. O pedido formal nunca aconteceu – simplesmente porque não era necessário. A decisão foi tomada de forma natural, assim como todas as outras que moldaram essa relação.

O evento aconteceu poucos dias depois da mudança para a casa que o casal projetou e construiu junto, um toque simbólico que tornou tudo ainda mais especial. Com apenas 50 convidados – cada um considerado um verdadeiro padrinho ou madrinha –, a cerimônia ao ar livre teve votos espontâneos e um momento único: ao invés de um celebrante oficial, as pessoas mais próximas conduziram o ritual e o microfone foi passado entre vários convidados, par que pudessem compartilhar publicamente seus votos. Do local escolhido a dedo ao making of inesperado, em meio à obra da casa para a qual mudariam, cada detalhe representou a dupla. Abaixo, a noiva conta a história e compartilha as fotos de Naira Spolidorio.

Conte sobre você e seu noivo. Como se conheceram? Como foi o pedido?

Nos conhecemos na escola – eu tinha 15 e ele, 16 –, e foi na porta da biblioteca que tudo começou. Um grude desde 2013! Alguns anos e uma pandemia depois, sentimos que era o momento de morar juntos. Em janeiro, começamos a construir nossa casa, para a qual nos mudamos alguns dias antes do casamento (puro caos, amo). No meio disso, surgiu o sentimento de que era a hora certa de casar, algo muito natural e decidido em conjunto: não teve pedido, afinal, por que esperar um pedido se a vontade era dos dois? Meu sonho sempre foi ter um parceiro de vida, e isso eu já tinha! Mas a ideia de um casamento tradicional nos assustava – tudo muito grandioso, cheio de protocolos e regras? Socorro! Queríamos não apenas oficializar essa nova etapa, mas celebrar os quase 12 anos de caminhada juntos, e tudo isso de forma simples e com significado.

Como foi o processo de organização? Você tinha algum conceito em mente?

Saber exatamente o que não queríamos foi essencial para tornar o processo leve e ágil. São muitas tradições, superstições e expectativas… Era um exercício diário de escolher o que fazia sentido para nós como casal, e não apenas seguir o que todo mundo faz. Spoiler: não tem que ter nada que os noivos não queiram! Por exemplo, queríamos uma mesa de bolo apenas com o bolo e flores. Mas muitas pessoas esperam um mar de docinhos e frufrus. Bati o pé sobre a ideia inicial e, no fim, os familiares que queriam os benditos docinhos adoraram a mesa do bolo e saborearam as sobremesas maravilhosas do menu.

Desde o início, imaginávamos um casamento intimista e minimalista, mas com estilo! O ponto de partida foi a lista de convidados: a ideia era chamar cerca de 50 pessoas, e, para nós, cada convidado era tão importante que o consideramos como um padrinho ou madrinha. E assim foi feito! Sonhávamos com uma cerimônia rápida e o mais espontânea possível, seguida de um jantar com comida boa e um papo gostoso, onde pudéssemos estar pertinho de cada convidado. Isso fez a gente sentir que estava em uma bolha de bons sentimentos naquele dia!

Quais foram os principais fornecedores?

A data do casamento foi marcada considerando três disponibilidades: a dos familiares mais próximos, a do local escolhido a dedo e a da fotógrafa dos sonhos! Conheci a Naira Spolidorio pelo TikTok e achava que as fotos dela ficariam só nas pastinhas de inspiração (sim, tinha pastinha até para estilo de foto, porque temos pavor da fotografia tradicional de casamento), mas hoje tenho registros únicos feitos por ela.

Quando imaginávamos um lugar que combinasse uma cerimônia ao ar livre e um bom jantar para nosso casamento intimista, só um vinha à nossa cabeça: o Restaurante Amadeu. É um ambiente lindo e tranquilo, com menu assinado pelo chef Igor Furlan, uma adega impecável e uma equipe super simpática e prestativa. De quebra, foi lá que, anos antes, meus pais me deram a aliança deles para que, um dia, fosse minha.

Mas cada fornecedor foi essencial para o sucesso desse dia: Rogério Barbieri, que nos guiou na organização; Julia Martin e Laiz Bernardes, da equipe da Camila White, que, muito além da beleza, me ajudaram a ficar tranquila nas horas que precederam o “sim”; o casal perfeito Jay&Jess, que, sem que ninguém percebesse, filmou tudo e produziu vídeos impecáveis – daqueles que dá vontade de ver em looping… Enfim, somos gratos por todos que participaram dessa aventura que é um casamento!

Qual foi o ponto alto do dia? O que você acha que foram os maiores acertos?

Meus pais e sogros abençoando nossa união era exatamente o que eu imaginava para um casamento perfeito. Então, convidamos minha prima e nosso amigo para escrever e celebrar a cerimônia, e, com certeza, esse foi nosso maior acerto. Eles nos encheram de surpresas, e a melhor delas foi quando o microfone rodou entre as vozes que nos cercam de amor! No final, quem nos declarou casados foram todos os presentes, num coro de emoção. Foi demais!

Qual foi o principal desafio durante essa jornada?

Eu estava muito tranquila na organização do casamento – o que foi uma surpresa, afinal, reconheço que sou do tipo “estressadinha da estrela”, como o João sempre fala. Mas confesso que a única coisa que realmente me tirou do eixo aconteceu um dia antes do casamento.

Lembra que nos mudamos alguns dias antes? Pois bem, entrei no quarto onde estava o vestido de noiva e, adivinha? Uma bela infiltração. Metade do quarto estava debaixo d’água! A sorte foi que o vestido estava do lado seco (que, algumas horas depois, também estaria encharcado). E, como eu e a Naira amamos um caos, isso serviu de deixa para um making of fora do comum. Afinal, eu sou designer de interiores e estava me casando com um arquiteto… então, o que seria mais simbólico do que um making of com carinha de obra? Ainda mais na casa que projetamos, construímos e que seria nosso lar nessa nova etapa – perfeito! Pode ser clichê, mas esse é o legal da vida: enxergar beleza e graça nas coisas que saem do nosso controle.

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