Câncer de mama é mais letal entre mulheres negras
Apesar da mortalidade ser maior entre as mulheres negras com câncer de mama, o assunto é pouco falado e existe uma escassez de estudos sobre o tema

As mulheres negras têm 57% de chance a mais de morrer de câncer de mama do que as brancas, segundo o INCA. O tema, porém, é pouco estudado. Com esse dado em vista, a Casa Clã 2025 aborda o assunto na 3ª edição do evento com um talk das médicas Marcia Datz Abadi e Elizabeth Santana dos Santos, patrocinado pela MSD e mediado por Lais Franklin Vieira, editora-chefe da revista Bravo!.
O acesso à informação e à saúde, o diagnóstico tardio e as questões biológicas são causas para que a o câncer de mama seja mais letal entre mulheres negras, segundo Elizabeth. Mas o racismo no consultório também é um dos motivos para o alto número. “Alguns médicos não tocam em mulheres negras, as consultas são menores e o diagnóstico é mais tardio”, pontua Marcia.
Ao mesmo tempo, as mulheres negras têm menos tempo e recursos para cuidarem de si mesmas – e isso está relacionado à economia do cuidado, conjunto de atividades sociais e econômicas relacionadas a cuidados, como serviços domésticos, educação e saúde. Cerca de 65% desse trabalho é realizado por mulheres, principalmente, negras.

“A mulher negra cuida, tem papéis de cuidado, mas não é cuidada”, afirma Elizabeth. Esse fator pode levar a não realização do tratamento contra o câncer de mama, de acordo com a médica, e isso também afeta no alto número de mortalidade. Além disso, alguns estudos mostram que as mulheres com câncer de mama têm mais chances da doença evoluir para uma metástase. “Se a gente não começar a falar, não vamos sair desse lugar”, comenta Marcia.
O problema é que o câncer de mama na mulher negra ainda é um tema pouco debatido. “Existe uma escassez de estudos brasileiros, os médicos não aprendem isso na faculdade, pelo menos eu não me lembro de ter visto esse assunto durante a graduação, usamos dados de outros países e o assunto é tão subrepresentado no Brasil, que a gente sequer sabe se os números representam a realidade brasileira”, comenta Marcia.
Produzir mais estudos sobre o tema, divulgar informação de qualidade sobre o assunto e levar o acesso ao tratamento a essas mulheres é parte fundamental para diminuir a mortalidade entre esse grupo. Além disso, a prevenção, com a mamografia e o ultrassom, são essenciais.
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