Buena Vista Social Orchestra leva música cubana, tradição e energia para Vitória (ES)

Com mistura de gerações e respeito às raízes cubanas, Buena Vista Social Orchestra traz ao Brasil um show quente, uma verdadeira aula em aspectos técnicos e performance – fazendo todo mundo dançar junto. O grupo chegou ao Brasil no final de março e segue em turnê por aqui até o fim de abril. Por aqui, acompanhamos o show na quarta-feira (02/04).

Tive a sorte de entrevistar os três integrantes veteranos do grupo: o maestro e trombonista Jesus Aguaje, o percussionista Betun e o mais velho e contrabaixista Fabian Morales. Falamos, sobretudo, a respeito da importância do grupo para a continuação da história da tradicional música cubana, trazendo ao novo século a continuação dos trabalhos construídos no original Buena Vista Social Club. A banda lançou o álbum autointitulado em 1997, reunindo a velha guarda dos sucessos cubanos na produção de Ry Cooder. 

“O mais importante deste projeto é que os jovens que estão conosco se interessam por essa memória, que não pode se perder. Hoje em dia, a juventude nem sempre se interessa pela música tradicional, mas estes que estão conosco são interessados e preparados musicalmente, podendo dar continuidade a tudo isso”, diz Fabian Morales.

Cantando todos os grandes sucessos como “Cuarto de Tula”, “Camino a La Vereda” e “Chan Chan”, a orquestra trouxe o carisma de suas terras, interagindo com o público ou quebrando o ritmo entre solos instrumentais e grandes aberturas recheadas de sopros e vocais sensacionais de Geidy Chapman. 

E, com a vinda ao Brasil, os veteranos também mostraram alegria por estarem aqui, ressaltando que nosso país lembra Cuba em certos aspectos.

“Estivemos aqui antes, com os fundadores do Social Club, viemos a São Paulo e ao Rio. Mas alguns membros da atual Orquestra estão vindo pela primeira vez, e é sempre uma experiência nova. As praias nos lembram de Cuba, e a música brasileira é uma verdadeira potência mundial. Então, sempre gostamos de aprender com cada canção que escutamos aqui”, disse Jesus Aguaje, que toca acompanhado de sua filha, a cantora Lorena Lázara.

Energia cubana

No show, o destaque fica para Betun, descrito como “Loco” por Aguaje durante nosso bate-papo. Ele mostrou todo o seu gingado nos bongos no solo durante o show, levando o público à loucura.

E não faltaram homenagens aos integrantes já saudosos. Durante a entrevista, Aguaje disse que eles carregam com muito carinho todos os conselhos e aprendizados passados pelos que iniciaram essa história no Buena Vista Social Club.

“Dos fundadores restaram poucos. Estão nos vendo lá de cima, mas seguimos todos os seus conselhos. Por exemplo, Rúben Gonzalez (pianista) sempre disse que era preciso entregar ao público o que eles pedem, mesmo que possa ser chato para nós. Já Cachaito também segue nos inspirando em sua forma de fazer a música”, conta.

Com todo esse encanto e tradição, a Orquestra traz um verdadeiro espetáculo acústico, que merece ser acompanhado de perto – seja para “bailar y cantar”, ou conhecer novos ritmos.

A Buena Vista continua no Brasil até o fim deste mês. Confira a programação completa em nosso site.

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