Projetando conteúdo: O papel da Arquitetura de Informação

Todos podemos criar pontes indestrutíveis de informação.

Arquitetura é a arte e a técnica de projetar e planejar ambientes com o objetivo de atender às necessidades humanas de forma funcional, estética e segura.

No campo da construção civil, ela envolve a criação de edifícios e outras estruturas, considerando aspectos como a forma, a estrutura, a organização do espaço, os materiais, a iluminação, a acústica, o impacto ambiental, entre outros pontos de atenção.

Agora, no desenvolvimento de produtos digitais, o termo “arquitetura” é utilizado de outra forma. De uma maneira mais ampla, ele inclui o planejamento e a organização de sistemas complexos em várias áreas, como na arquitetura de sistemas de software, por exemplo.

Mas não são apenas softwares que apresentam complexidade na hora de serem construídos: a informação também precisa de atenção e, assim como a construção civil, estrutura, organização, espaço. E nesse cenário, onde o foco é a organização e a estruturação de componentes para garantir eficiência, acessibilidade e usabilidade, temos a arquitetura de informação.

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O que é Arquitetura de Informação

Assim como a arquitetura é a arte e a técnica de projetar e planejar, a arquitetura de informação é a prática de organizar, estruturar e rotular conteúdo de maneira funcional e acessível.

Seu objetivo é melhorar a experiência do usuário, por isso ela é a base da criação de sistemas de navegação claros e intuitivos, da definição de como as informações serão apresentadas e implementadas em um produto, da lógica que facilitará a localização e o entendimento dos dados e textos pelas pessoas usuárias.

Em um contexto de design digital, a arquitetura de informação é a chave para a organização de menus, a hierarquia de informações, a categorização de conteúdos e a navegação entre diferentes seções de um site, aplicativo ou sistema. E quando bem usada, ela serve para garantir que as pessoas usuárias possam encontrar o que procuram de forma rápida em um ambiente, através de uma navegação fluida e uma experiência otimizada.

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Arquitetura de informação na estratégia de conteúdo

A AI tem um papel indispensável na estratégia de conteúdo. Isso porque, ao garantir que o conteúdo seja organizado de uma forma natural para o consumo, com o peso correto para as informações certas, ela permite que informações relevantes e compartilhadas sejam facilmente encontradas por quem utiliza aquela interface.

Em ambientes digitais, onde a sobrecarga de informações é um grande obstáculo, isso faz uma diferença gigantesca entre um sucesso e um flop, entre as pessoas usuárias aderirem ou ignorarem o seu produto e o que ele comunica. Então apenas se bem estruturado, de forma lógica e acessível, um conteúdo terá maior impacto, com uma maior propensão ao engajamento do público-alvo.

Pense assim: se a sua empresa oferece diversos produtos ou diversas features com utilidades diferentes, evidenciar e agrupar essas informações em categorias facilita que a pessoa usuária chegue até o que ela precisa. Seja em um site de notícias ou um aplicativo de delivery de comida, isso é arquitetura de informação.

Diante disso fica fácil entender como a AI influencia e impacta a conversão ao organizar o conteúdo de maneira que todos realizem as ações esperadas com menos fricção. Isso porque ela não apenas reduz a frustração e aumenta a satisfação da pessoa usuária, mas torna mais provável a conversão devido à boa experiência — seja fazer uma compra rapidamente ou se inscrever em um serviço sem muitas etapas.

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UX Writing como uma ferramenta de AI

O UX Writing pode ajudar a estabelecer uma melhor AI ao garantir que os textos e conteúdos desenvolvidos sejam claros, acessíveis e efetivos na hora de orientar as pessoas usuárias.

Ao criar microcópias e labels que são intuitivos e fáceis de entender, o UX Writing ajuda a reduzir a confusão e a aumentar a usabilidade do produto.

Por exemplo: ao criar mensagens de erro claras e úteis, tornamos mais fácil para a pessoa usuária entender o que está errado e como resolver o problema. Por sua vez, isso melhora a experiência geral na interface.

Além disso, o UX Writing pode ser usado para criar títulos e subtítulos que ajudam a entender a estrutura do conteúdo e a encontrar rapidamente o que procuram.

Levando isso em consideração, não se espante ao encontrar profissionais inicialmente focados em AI trabalhando na área de UX Writing e vice-versa. Os dois campos são muito complementares e, em um mundo ideal, deveriam coexistir em todas as experiências.

Eles inclusive enfrentam os mesmos desafios como disciplina, como garantir que suas boas práticas estejam alinhadas com as metas comerciais. Isso porque esse tipo de iniciativa requer uma abordagem colaborativa entre equipes de design, conteúdo e negócios.

No entanto, essa integração também oferece grandes oportunidades. Ao criar produtos digitais que são ao mesmo tempo organizados e comunicativos, as empresas podem melhorar significativamente a experiência do usuário, aumentando o engajamento e impulsionando os resultados comerciais com mais facilidade.

É tudo uma questão de saber comunicar e estabelecer expectativas e aplicar conhecimento de forma estruturada.

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Os princípios da AI aplicados ao UX Writing

Dan Brown (o designer, não o autor de “O Código da Vinci”) resumiu os requisitos mais críticos para uma boa AI no que conhecemos hoje como “Os oito princípios da Arquitetura de Informação”.

Obviamente, como são focados em informação, esses princípios podem ser aplicados ao UX Writing para melhorar o impacto dos textos em produtos digitais.

Dentre os oito, considero quatro os mais relevantes. São eles:

1. Princípio de Escolha: esse princípio sugere limitar as opções apresentadas a tomadores de decisão para evitar sobrecarga de informações. Isso pode ser aplicado ao UX Writing ao criarmos textos que guiam as pessoas usuárias por um caminho claro e conciso, sem sobrecarregá-los com informações desnecessárias.
2. Princípio de Divulgação: sugere que apenas a informação necessária deve ser divulgada. No UX Writing, isso significa criar textos que forneçam apenas a informação essencial no momento certo, evitando distrações e mantendo o foco da pessoa usuária no objetivo principal.
3. Princípio de Exemplar: incentiva o uso de exemplos para conteúdos que possam não ser imediatamente compreensíveis. Isso pode ser aplicado ao UX Writing ao fornecer exemplos claros e relevantes que ajudem a explicar conceitos complexos ou a usar funcionalidades específicas/novas de um produto ou serviço.
4. Princípio da Porta da Frente: reconhece que nem todo mundo chegará no seu site ou aplicativo pela página inicial ou pelo caminho que você imaginou. Isso significa que cada página deve ser projetada como um possível ponto de entrada, com navegação clara e contexto suficiente para que as pessoas usuárias entendam onde estão e como podem se mover pelo site. O UX Writing pode ajudar a fornecer esse contexto por meio de breadcrumbs, títulos claros e links para páginas relacionadas.
5. Princípio de Múltiplas Classificações: sugere oferecer diferentes maneiras de navegar pelo conteúdo. Isso pode ser aplicado ao UX Writing ao criar diferentes tipos de navegação, como menus, tags, categorias e links internos, que ajudam os usuários a encontrar o que procuram de várias maneiras.

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Os oito principios da Arquitetura da Informação

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Dicas básicas para uma boa AI

Existem várias ferramentas e métodos que podem facilitar a criação de uma arquitetura de informação melhor. Isso porque para implementar a AI no seu site ou conteúdo, é importante seguir algumas etapas.

Antes de tudo, não coloque o carro na frente dos bois: comece com a pesquisa de usuário para entender quem são seus usuários e o que eles precisam, o que querem e esperam. Só com essa informação você conseguirá planejar a estrutura do site, criando conteúdo relevante e de qualidade para cada seção, de uma forma que o fluxo de informações faça sentido para a navegação e consumo.

Nesse cenário, wireframes ajudam a visualizar a estrutura antes do desenvolvimento, facilitando para a análise das etapas, possibilidades de navegação e consumo das informações. Junto a eles, sitemaps ajudam a ter uma percepção geral da estrutura do site.

Inclusive, a AI também ajuda muito na otimização para motores de busca orgânicos, o famoso SEO. Com uma boa organização de conteúdo, a indexação dos motores de busca fica mais fácil.

Portanto, dentre algumas dicas para otimização estão:

• Use URLs amigáveis;
• Crie um sitemap XML;
• Estruture conteúdos relevantes para seu público-alvo;
• E não se apegue: realize testes e ajustes conforme o feedback dos usuários, afinal são eles os consumidores do seu produto, serviço ou conteúdo.

A Arquitetura de Informação é peça chave para estabelecer conexões entre usuários e conteúdo. Ela é uma ponte que facilita o acesso e a compreensão das informações, envolvendo a organização e estruturação de dados e conteúdos de uma forma que todos possam encontrá-los e utilizá-los com facilidade.

Ao aplicar metodologias centradas no usuário, os arquitetos de informação asseguram que a navegação seja intuitiva e que as informações sejam acessíveis, promovendo uma experiência satisfatória no ambiente digital.

Unindo isso a um conteúdo desenvolvido com base nas necessidades das pessoas usuárias, com foco na usabilidade e fluidez em um sistema ou interface, UX Writing e AI desempenham juntos um papel indispensável quando pensamos na criação de experiências digitais mais intuitivas e satisfatórias.

Referências

• Information Architecture 101: Techniques and Best Practices. WebFX.
• What is information architecture? UX Design Institute.
• Importance of Information Architecture in UX Design Process. BrowserStack.

Projetando conteúdo: O papel da Arquitetura de Informação was originally published in UX Collective