Papa Francisco em 5 frases: as citações que definiram seu legado
Pontífice morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos; relembre as frases mais marcantes de um dos líderes católicos mais progressistas dos últimos tempos

O papa Francisco, morto nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, deixou seu legado à frente da Igreja Católica. O falecimento foi anunciado pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano. O líder religioso havia sido diagnosticado com pneumonia bilateral no final de 2024, com piora no quadro nas últimas duas semanas. No entanto, a causa oficial da morte será anunciada apenas às 15h00 de hoje, pelo Vaticano.
5 frases do papa Francisco que impactaram o mundo
Eleito em 13 de março de 2013, com mais de 90 votos de 115 cardeais após a renúncia de Bento XVI, o pontífice abordou temas sensíveis como homossexualidade, aborto e política, indicando avanços em algumas posições. Confira algumas de suas declarações mais emblemáticas:
“Ser homossexual não é crime”
A declaração foi dada por Papa Francisco em janeiro de 2023. “Ser homossexual não é crime. Sim, mas é pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime”, afirmou, pedindo que os bispos católicos recebam pessoas LGBTQIA+ nas igrejas, reconhecendo sua dignidade.
Desde 2016 o pontíficie toca no assunto. “As pessoas não devem ser definidas apenas por sua identidade sexual“, escreveu no livro “O Nome de Deus é Misericórdia”.
Um documento da Igreja Católica do mesmo ano prevê “bênçãos de casais em situações irregulares e de casais do mesmo sexo”. “Desejo, antes de mais nada, reafirmar que cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito, procurando evitar qualquer sinal discriminação injusta e, particularmente, toda a forma de agressão e violência”.
“Conservador é aquele que se apega a algo e não quer ver além”

Tentando deixar a Igreja Católica um pouco mais acolhedora, Papa Francisco pontuava em seus discursos a busca por alguns avanços na sociedade, como o combate ao conservadorismo extremo. “Conservador é aquele que se apega a algo e não quer ver além. É uma atitude suicida, porque uma coisa é levar em conta a tradição, considerar as situações do passado, outra é se fechar numa caixa dogmática”, declarou.
“Concedo a todos os sacerdotes a faculdade de absolver os que os procuram pelo pecado do aborto”
Embora em seus discursos ainda considere aborto pecado – na doutrina católica, é tão grave que aquelas que o realizam são excomungadas – em 2016 o Papa Francisco autorizou que a Igreja possa absolver quem o pratica, ao invés de condenar.
“Com todas as minhas forças, digo que o aborto é um pecado grave, porque coloca fim a uma vida inocente. Mas peço aos sacerdotes que sejam guias e deem apoio e conforto no acompanhamento dos penitentes. Concedo, a partir de hoje, a todos os sacerdotes, na força de seus ministérios, a faculdade de absolver os que os procuram pelo pecado do aborto“.
“Um bom católico não se envolve na política”
Durante uma missa em 2013, seu primeiro ano como Papa, Francisco tentou mostrar como misturar religião e política pode ser ruim, apontando qual seria a melhor forma de participação. “Um bom católico não se envolve na política. Isso não é certo. Este não é um bom caminho. Um bom católico deve empenhar-se na política, oferecendo o melhor de si, para que o governante possa governar”.
“Não sejam escravos do celular”
A preocupação com os rumos da tecnologia também se fez presente durante a participação na Jornada Mundial da Juventude de 2022. “Hoje precisamos de jovens que sejam verdadeiramente transgressivos, inconformistas, que não sejam escravos de seus celulares, mas que mudem o mundo como Maria, levando Jesus aos outros, cuidando dos outros, construindo comunidades fraternas com os outros, realizando sonhos de paz”, pediu.
Trajetória do papa Francisco

Nascido em Buenos Aires em 17 de dezembro de 1936, Jorge Mario Bergoglio, um jesuíta argentino, é filho de imigrantes piemonteses. Antes de seguir o sacerdócio, formou-se técnico químico. Seu pai, Mário, era contabilista, e sua mãe, Regina Sivori, dedicava-se ao lar e à educação dos cinco filhos.
“O meu povo é pobre e eu sou um deles”, dizia, defendendo que os sacerdotes não esquecessem da tríade “misericórdia, coragem apostólica e portas abertas a todos”.
De 1964 a 1965 foi professor de literatura e psicologia no colégio da Imaculada de Santa Fé e, em 1966, ensinou estas mesmas matérias no colégio do Salvador, em Buenos Aires. De 1967 a 1970 estudou teologia, licenciando-se também no colégio de São José.
A ordenação a sacerdote veio em 13 de Dezembro de 1969. Em 1973 foi eleito provincial dos jesuítas da Argentina, cargo que desempenhou durante seis anos. De 1980 a 1986, voltou-se novamente à educação e foi reitor do colégio de São José.
Em 20 de Maio de 1992, o então Papa João Paulo II nomeou-o bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires. Foi promovido a arcebispo coadjutor da capital argentina em 1997 e, no ano seguinte, a arcebispo. Em 2001, João Paulo II tornou-o cardeal, atribuindo-lhe o título de São Roberto Bellarmino.
Sua popularidade na América Latina o levou a participar do conclave de 2005, que elegeu Bento XVI. Após a renúncia deste, em 13 de março de 2013, foi eleito papa com mais de 90 dos 115 votos dos cardeais presentes no conclave do Vaticano.
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