FIMFA 2025 faz-se de bailados de vegetais, robots aspiradores e clássicos por um fio

A 25.ª edição do festival de marionetas chega a 8 de Maio, com 24 propostas nacionais e internacionais. Até 1 de Junho, desdobra-se por dez salas da cidade.

Mar 24, 2025 - 13:11
 0
FIMFA 2025 faz-se de bailados de vegetais, robots aspiradores e clássicos por um fio
FIMFA 2025 faz-se de bailados de vegetais, robots aspiradores e clássicos por um fio

O FIFMA faz 25 anos e, para celebrar, traz-nos mais de 20 espectáculos de marionetas que vão ser apresentados ao longo de 25 dias. São dez os espaços que irão acolher a mais recente edição do festival, que acontece entre 8 de Maio e 1 de Junho.

No total são 24 projectos para ser vistos nas cerca de 100 apresentações que nos chegam de companhias de 13 países: Bélgica, Canadá, Chéquia, Espanha, EUA, Finlândia, França, Itália, México, Noruega, Reino Unido, Suíça e Portugal. Desde marionetas microscópicas e robots aspiradores a facas voadoras e clássicos de Stravinsky e Tchaikovsky, o programa está recheado de propostas que procuram ser irreverentes e singulares, ao mesmo tempo que procuram pôr-nos a fazer questões. 

A Sagração da Primavera
John NguyenA Sagração da Primavera

O Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas, produzido pela companhia A Tarumba e dirigido por Luís Vieira e Rute Ribeiro, arranca no teatro São Luiz. Uma Casa de Bonecas, que se estreia entre 8 e 10 de Maio, chega-nos pelas mãos da encenadora Yngvild Aspeli e pela sua companhia franco-norueguesa Plexus Polaire. Inspirado na obra de Henrik Ibsen, o espectáculo é protagonizado por actores e marionetas, criaturas e elementos, visuais e sonoros, que lembram um universo fantástico. De França, o Théâtre Gudule apresenta La Frittata, criado por Marta Pelamatti, nos dias 8 e 9. E entre 9 e 11, a Compagnie Bakélite dá a conhecer L’Amour du Risque, encenado por Olivier Rannou. Nesta peça, vamos encontrar um homem num restaurante que é totalmente gerido por IA e em que robots aspiradores são os empregados. 

Armazém 88, do Teatro de Marionetas do Porto, recupera marionetas e materiais do arquivo de João Paulo Seara Cardoso, fundador da companhia, de forma a prestar-lhe homenagem. Para ver a 17 e 18 de Maio. Já da companhia A Tarumba, há Dramas Curtos em Miniatura, nos dias 20 e 21. Epidermis Circus: The Weirdest Puppet Show You’ve Ever Seen (de 15 a 17 de Maio), da canadiana SNAFU – Society of Unexpected Spectacles; La Manékine (de 23 a 24 de Maio), do grupo francês La Pendue; e Antichambre (de 24 a 25 de Maio), da francesa Stereoptik, são as restantes propostas que se vão poder ver no São Luiz.

O Quebra-Nozes: Um Balé de Vegetais
AIVARS IVBULISO Quebra-Nozes: Um Balé de Vegetais

Passando para o Teatro do Bairro, destaca-se Agencia el Solar. Detectives de Objetos, de Shaddai Larios e Jomi Oligor, do México e de Espanha. Entre os dias 16 e 18, vamos encontrar uma agência de detectives de objectos que decide abrir os arquivos dos seus casos resolvidos, num escritório interactivo. De 27 a 28, é a vez da companhia finlandesa Trial & Theatre apresentar o teatro mais pequeno do mundo, ou seja, as suas marionetas microscópicas em Nano Steps – Into the Lab. Os colectivos portugueses Sonoscopia & Teatro de Ferro apresentam Capital Canibal, entre 22 e 23 de Maio, e a belga Company Midnight estreia Us, entre 30 de Maio e 1 de Junho.

O Teatro Romano acolhe O Quebra-Nozes: Um Balé de Vegetais, que vem da Chéquia, pelas mãos do KHWOSHHCH Group, entre 31 de Maio e 1 de Junho. A obra de Tchaikovsky é dançada por bailarinos feitos de vegetais. Pense em alho, gengibre, beringela, cenoura ou couve. No Teatro Variedades, há outro clássico para ver, desta vez A Sagração da Primavera, da companhia italiana Dewey Dell. Co-produzido com o Teatro Nacional D. Maria II, o espectáculo reimagina a obra de Stravinsky, em que os figurinos das marionetas são inspirados em insectos. Estreia-se a 22 de Maio e fica em cena até 24.

Nano Steps - Into the Lab
Michael LozanoNano Steps - Into the Lab

Já no Teatro Taborda, entre 10 e 11 de Maio, vamos poder ver outra criação da Théâtre Gudule – Santa Pulcinella. No Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, temos Teatro Dom Roberto, de Ricardo Ávila, da Vumteatro, a 24 e 25. E também Box, da inglesa Circo Rum Ba Ba, e The Bellhop, da espanhola Hilarilar Marionetas, nesses mesmos dias.

No LU.CA – Teatro Luís de Camões, as criações são pensadas para toda a família. De 22 a 25, Anatopias, de Justine Macadoux & J-A Dupont Castro, de França, mistura pintura ao vivo, música e vídeo mapping. Em Suspenso é apresentado pela suíça Théâtre l’Articule, entre os dias 29 de Maio e 1 de Junho. E antes, de 15 a 18, Ponto, Ponto, Ponto, apresentado pela finlandesa Portmanteau, combina circo, dança e artes visuais.

O festival chega ainda à Biblioteca de Marvila e à Casa do Comum. A primeira acolhe Próxima Estação, da companhia Limite Zero, que parte do universo poético de Fernando Pessoa e combina marionetas, actores, vídeo e música. A apresentação está marcada para os dias 22 e 23 de Maio. Na Casa do Comum, Griet Herssens, criadora belga, dá-nos a conhecer Bruno, no último dia do FIMFA, a 1 de Junho. À boleia do teatro de papel, é-nos apresentada a jornada de um rapaz no momento em que a guerra chega à sua cidade.

Além dos espectáculos, a programação inclui ainda um ciclo de cinema na Cinemateca Portuguesa, workshops e conferências.

Vários locais (Lisboa). 8 Mai-1 Jun. Vários horários. Vários preços