Entre Abril e Maio, a dança percorre Almada em várias línguas, formas e feitios

A partir de 17 de Abril, a Transborda apresenta dança e performances de artistas nacionais e internacionais, em vários locais de Almada. Há ainda laboratórios de dança, não só para bailarinos.

Mar 18, 2025 - 18:45
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Entre Abril e Maio, a dança percorre Almada em várias línguas, formas e feitios
Entre Abril e Maio, a dança percorre Almada em várias línguas, formas e feitios

Entre 17 de Abril e 11 de Maio, a Transborda está de regresso a Almada. A Mostra Internacional de Artes Performativas de Almada desdobra-se pelo Teatro Municipal Joaquim Benite, pelo Fórum Municipal Romeu Correia, pelo Largo do Farol de Cacilhas e pela Casa da Dança com propostas de artistas portugueses, franceses ou brasileiros. 

O programa arranca então no dia 17, no Fórum Municipal Romeu Correia, com Uivo, de Maria João Costa Espinho. A artista pretende levar para palco a experiência do ser humano e da sua relação com os outros e o mundo, em que a partir do corpo dos intérpretes, Mariana Tengner Barros e Jonny Kadaver, são trazidos à tona conceitos como a liberdade e a resistência.

A 26 de Abril, é no Largo do Farol, em Cacilhas, que se apresenta Danser la Ville, da autoria do marroquino Taoufiq Izeddiou. Nesta criação, pensada para o espaço público, participam 30 bailarinos e performers, escolhidos através de uma lab-performance que decorre entre 21 e 25 de Abril, entre as 18.00 e as 22.00, na Casa da Dança, e que é aberta a todos os interessados em artes performativas. A inscrição é gratuita e, para participar, é apenas exigido o preenchimento de um formulário e disponibilidade durante o período de residência e da apresentação pública.

Æffective Choreography
Alicja HoppelÆffective Choreography

Teatro Municipal Joaquim Benite acolhe as restantes propostas. Nos dias 26 e 27, o português André Uerba, que reside em Berlim desde 2013, dá-nos a conhecer Æffective Choreography, peça co-criada por György Jellinek, Jone San Martin, Lyllie Rouvière, Manoela Rangel e Pedro Aybar. De maneira a investigar estruturas e práticas de intimidade, os performers exploram o seu corpo a partir de formas que seriam, tipicamente, reservadas à esfera privada.

Em Maio, no dia 3, a argelina Nacera Belaza, que cresceu em França, mostra L'Envol. A obra teve como ponto de partida uma fotografia de Richard Drew, The Falling Man, em que vemos um homem a cair do World Trade Center, durante o atentado de 11 de Setembro. Antes, a 30 de Abril e 1 de Maio, na Casa da Dança, a coreógrafa convida profissionais e estudantes das áreas da dança e performance para um laboratório, centrado nos objectos de investigação de Nacera Belaza. Decorre entre as 18.00 e as 22.00 e a participação é gratuita, mediante inscrição, a partir de 7 de Abril.  

No dia 4 de Maio, é a vez de Cristian Duarte, que chega do Brasil para apresentar E nunca as minhas mãos estão vazias, inspirada nos tempos que correm, marcados por guerras e desigualdades. Os nove bailarinos em palco acabam por trazer ao de cima expressões e gestos do seu repertório físico e afectivo. Nos últimos dois dias, 10 e 11 de Maio, sobe ao palco Mourn Baby Mourn, de Katerina Andreou. Aliada fortemente ao som, a coreografia tem como base a lamentação e um estado pessoal, que se situa entre a raiva e a tristeza.

Vários locais (Almada). 17 Abr-11 Mai. Vários horários. 5€-10€