Análise heurística na prática: como melhoramos o checkout da Memed
ESTUDO DE CASOUm guia estratégico para Product Designers que desejam impactar negócios e experiência do usuário.Ilustração: Nora MuñozComo Product Designers, frequentemente nos deparamos com desafios técnicos que limitam nossa capacidade de implementar soluções ideais. Na Memed, ao assumir o fluxo de checkout, enfrentamos a VTEX — uma plataforma com restrições que impediam customizações profundas.A pergunta que nos guiou foi:“Como trazer melhorias significativas para a interface, mesmo com limitações técnicas, impactando positivamente tanto o negócio quanto o usuário?”A resposta veio através de uma análise heurística. Neste artigo, compartilho como aplicamos essa metodologia, os insights que obtivemos e como priorizamos mudanças que geraram resultados tangíveis.O que é uma análise heurística?Uma análise heurística é uma avaliação rápida e prática da usabilidade de um produto, baseada em princípios consolidados (como as 10 heurísticas de Nielsen). Ela identifica problemas antes que eles afetem os usuários, permitindo correções estratégicas sem a necessidade de testes extensivos.“É como um raio-X da interface: revela fraturas invisíveis a olho nu, mas que causam dor ao usuário.”Tipos de avaliação de interfaceAnalíticas (ex: GOMS)Focam em decomposição de tarefas, carga cognitiva e consistência.Heurísticas (ex: Nielsen)Baseadas em princípios de usabilidade, dependem da expertise do avaliador.Listas de verificaçãoFerramentas para não-especialistas, com diretrizes pré-definidas.Os três tipos de problemas em um sistemaErgonomiaInterface não se adapta ao usuário ou à sua atividade.UsabilidadeCausa perda de tempo, erros ou inviabiliza tarefas.ExperiênciaGera frustração emocional ou percepção negativa.Aplicando as 10 heurísticas de NielsenJunto ao Product Manager, avaliamos cada heurística e atribuímos um peso de 1 (baixo) a 3 (crítico) para priorizar ações:Heurísticas 4 e 8, como consistência e design minimalista, foram consideradas menos críticas no nosso contexto.Classificação dos problemasBarreira → Impede totalmente a conclusão da tarefa.Obstáculo → Causa atrito, mas o usuário supera após tentativas.Ruído → Reduz eficiência, mas não bloqueia.Obstrução → Dificulta parcialmente o fluxo.O processo: Como mapeamos e priorizamos1. Dinâmica colaborativa com o timeLevamos screenshots do fluxo para um board (Figma/Miro).Cada designer analisou violações das heurísticas.Resultado: 24 oportunidades de melhoria identificadas.Board com a análise feita no MiroBoard com a análise feita no MiroBoard com a análise feita no Miro2. Matriz de priorização adaptadaInspirados pelo modelo de Rafael Ribeiro, mas ajustado à nossa realidade:Critérios:Quantidade de heurísticas violadas por elemento.Impacto no negócio (ex: redução de abandonos).Viabilidade técnica.Resultado:19 melhorias implementadas.5 não viáveis no momento (limitações da VTEX).Lições aprendidasHeurísticas são um atalho valiosoEm contextos ágeis, onde testes de usabilidade são escassos, a análise heurística oferece um diagnóstico rápido e acionável.Adapte metodologias à sua realidadeNão force frameworks que não se encaixam no seu produto. Criamos nossa própria matriz porque a existente não capturava nossas necessidades.Design é sobre escolhasPriorizamos heurísticas que impactavam diretamente a conversão (ex: prevenção de erros) em detrimento de outras (ex: ajuda e documentação).Por que esse caso é relevante?Este projeto não era sobre “fazer o design perfeito”, mas sobre encontrar o máximo de impacto com o mínimo de recursos. Como designers seniores, nossa maturidade se mostra quando:Equilibramos objetivos de negócio e necessidades dos usuários.Adaptamos metodologias ao invés de segui-las cegamente.Geramos resultados mensuráveis (ex: aumento de conversão no checkout).Se você enfrenta limitações técnicas, a análise heurística pode ser sua aliada. Às vezes, a melhor solução não é a mais bonita, mas a que resolve o problema real e gera impacto para o negócio.Este artigo reflete minha abordagem prática e estratégica como Product Designer. Essa análise foi apenas uma das etapas do processo de melhoria do checkout da Memed. Para acessar o case completo é só acessar o meu portfólio.Referências10 Heurísticas de NielsenLivro: “Don’t Make Me Think” (Steve Krug)Análise heurística na prática: como melhoramos o checkout da Memed was originally published in UX Collective

ESTUDO DE CASO
Um guia estratégico para Product Designers que desejam impactar negócios e experiência do usuário.

Como Product Designers, frequentemente nos deparamos com desafios técnicos que limitam nossa capacidade de implementar soluções ideais. Na Memed, ao assumir o fluxo de checkout, enfrentamos a VTEX — uma plataforma com restrições que impediam customizações profundas.
A pergunta que nos guiou foi:
“Como trazer melhorias significativas para a interface, mesmo com limitações técnicas, impactando positivamente tanto o negócio quanto o usuário?”
A resposta veio através de uma análise heurística. Neste artigo, compartilho como aplicamos essa metodologia, os insights que obtivemos e como priorizamos mudanças que geraram resultados tangíveis.
O que é uma análise heurística?
Uma análise heurística é uma avaliação rápida e prática da usabilidade de um produto, baseada em princípios consolidados (como as 10 heurísticas de Nielsen). Ela identifica problemas antes que eles afetem os usuários, permitindo correções estratégicas sem a necessidade de testes extensivos.
“É como um raio-X da interface: revela fraturas invisíveis a olho nu, mas que causam dor ao usuário.”
Tipos de avaliação de interface
- Analíticas (ex: GOMS)
Focam em decomposição de tarefas, carga cognitiva e consistência.
- Heurísticas (ex: Nielsen)
Baseadas em princípios de usabilidade, dependem da expertise do avaliador.
- Listas de verificação
Ferramentas para não-especialistas, com diretrizes pré-definidas.
Os três tipos de problemas em um sistema
- Ergonomia
Interface não se adapta ao usuário ou à sua atividade.
- Usabilidade
Causa perda de tempo, erros ou inviabiliza tarefas.
- Experiência
Gera frustração emocional ou percepção negativa.
Aplicando as 10 heurísticas de Nielsen
Junto ao Product Manager, avaliamos cada heurística e atribuímos um peso de 1 (baixo) a 3 (crítico) para priorizar ações:
Classificação dos problemas
- Barreira → Impede totalmente a conclusão da tarefa.
- Obstáculo → Causa atrito, mas o usuário supera após tentativas.
- Ruído → Reduz eficiência, mas não bloqueia.
- Obstrução → Dificulta parcialmente o fluxo.
O processo: Como mapeamos e priorizamos
1. Dinâmica colaborativa com o time
- Levamos screenshots do fluxo para um board (Figma/Miro).
- Cada designer analisou violações das heurísticas.
- Resultado: 24 oportunidades de melhoria identificadas.



2. Matriz de priorização adaptada
Inspirados pelo modelo de Rafael Ribeiro, mas ajustado à nossa realidade:
Critérios:
- Quantidade de heurísticas violadas por elemento.
- Impacto no negócio (ex: redução de abandonos).
- Viabilidade técnica.
Resultado:
- 19 melhorias implementadas.
- 5 não viáveis no momento (limitações da VTEX).
Lições aprendidas
Heurísticas são um atalho valioso
Em contextos ágeis, onde testes de usabilidade são escassos, a análise heurística oferece um diagnóstico rápido e acionável.
Adapte metodologias à sua realidade
Não force frameworks que não se encaixam no seu produto. Criamos nossa própria matriz porque a existente não capturava nossas necessidades.
Design é sobre escolhas
Priorizamos heurísticas que impactavam diretamente a conversão (ex: prevenção de erros) em detrimento de outras (ex: ajuda e documentação).
Por que esse caso é relevante?
Este projeto não era sobre “fazer o design perfeito”, mas sobre encontrar o máximo de impacto com o mínimo de recursos. Como designers seniores, nossa maturidade se mostra quando:
- Equilibramos objetivos de negócio e necessidades dos usuários.
- Adaptamos metodologias ao invés de segui-las cegamente.
- Geramos resultados mensuráveis (ex: aumento de conversão no checkout).
Se você enfrenta limitações técnicas, a análise heurística pode ser sua aliada. Às vezes, a melhor solução não é a mais bonita, mas a que resolve o problema real e gera impacto para o negócio.
Este artigo reflete minha abordagem prática e estratégica como Product Designer. Essa análise foi apenas uma das etapas do processo de melhoria do checkout da Memed. Para acessar o case completo é só acessar o meu portfólio.
Referências
- 10 Heurísticas de Nielsen
- Livro: “Don’t Make Me Think” (Steve Krug)
Análise heurística na prática: como melhoramos o checkout da Memed was originally published in UX Collective