Terapia Comunitária Integrativa: o que é e como pode ajudar a reduzir desigualdades
A prática funciona como uma roda de conversa guiada para solucionar a dor e o sofrimento de um grupo

Você já sentiu dificuldade em solucionar uma dor emocional? Pois saiba que conversar com outras pessoas que passam por questões semelhantes pode ajudar a aliviar o sofrimento. Essa conexão entre pessoas é a base da Terapia Comunitária Integrativa (TCI), uma abordagem que busca promover o bem-estar por meio do compartilhamento de experiências em grupos.
Criada pelo psiquiatra brasileiro Adalberto Barreto, a prática combina elementos de saberes populares, escuta ativa e metodologias terapêuticas para fortalecer laços comunitários e ajudar os seres humanos a lidarem com desafios do cotidiano.
Os princípios são solidariedade, empatia e valorização da cultura local, reconhecendo que cada indivíduo tem saberes e experiências que podem contribuir para o crescimento do grupo. Um dos nomes mais importantes na expansão dessa ferramenta no Brasil é Jussara Otaviano. A enfermeira, nascida em Guaxupé, se mudou para São Paulo ainda adolescente para se formar e realizar o sonho de trabalhar com o cuidado.
“Comecei minha trajetória na área da saúde há 32 anos, como auxiliar de enfermagem. Depois, fui trabalhar na periferia de São Paulo, no Jardim Ângela, em um cenário de insegurança pública”, lembra. Lá, ela participou da inauguração da primeira Unidade Básica de Saúde (UBS), passando a atuar na gestão da atenção primária e dos serviços até virar responsável técnica do espaço.
Durante sua trajetória, fez um mestrado em educação em saúde e foi para o Ceará a fim de estudar as técnicas da terapia comunitária. Unindo o gosto pelo cuidado com o ensino, passou a coordenar treinamentos, inclusive à distância, para profissionais conhecerem e se aperfeiçoarem nesse campo.
“Vivi uma situação de racismo institucional que foi muito forte. Isso me afetou muito e sinto que fui resgatada pela terapia comunitária. Foi aí que fiz a capacitação e mudei meu plano de carreira”, conta a especialista. “É uma roda de conversa que parece simples, mas é potente porque fortalece as pessoas.”
O poder de transformar realidades
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Segundo o Relatório sobre as Desigualdades Mundiais, publicado em 2021, os 50% mais pobres ganham 29 vezes menos do que os 10% mais ricos – e a falta de condições pode gerar aflição psíquica. “Desigualdade é uma coisa muito difícil de lidar. Durante a pandemia, principalmente, vimos esse retrocesso”, comenta a enfermeira.
E como a terapia comunitária contribui nesse sentido? “A desigualdade está ligada ao lugar da invisibilidade, da não fala e da exclusão. Por outro lado, a TCI é um espaço de fala”, aponta. “Quando a gente abre a roda para as pessoas falarem, elas têm condição de se expressar. A principal frase de Alberto Barreto é: quando a boca fala, o corpo sara.”
Hoje, Jussara atua no Instituto Afinando Vidas e foi vencedora do 2º Prêmio de Enfermagem Rainha Silvia da Suécia no Brasil, em 2023.
Jussara estará na Casa Clã 2025
Jussara Otaviano é um dos nomes confirmados na Casa Clã 2025, o maior evento feminino da Editora Abril, que acontece nos dias 21 e 22 de março, para celebrar o mês das mulheres.
Organizado por CLAUDIA e Boa Forma, o encontro reúne conversas sobre pautas importantes, como menopausa, transição de carreira, entre outras. A conversa com a enfermeira será na sexta-feira (21/03), às 16h30, no Casarão Higienópolis. Liana Ferraz, Fernanda Lima e Ana Paula Padrão também estão confirmadas! O ingresso gratuito pode ser retirado no site do Sympla.
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