Os 5 livros favoritos do Papa Francisco

Entre as obras literárias favoritas do papa, estão "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust, e "Borges Oral & Sete Noites", de Jorge Luis Borges

Apr 23, 2025 - 20:44
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Os 5 livros favoritos do Papa Francisco

A notícia da morte do Papa Francisco, aos 88 anos, abalou o mundo na madrugada de domingo para segunda. Após mais de 40 dias lutando contra problemas respiratórios, o pontífice deixa um legado marcado por reformas no Vaticano e, sobretudo, por sua conexão profunda com a literatura.

Francisco defendia a leitura não apenas como uma atividade intelectual, mas uma prática de cuidado pessoal e formação espiritual. Em carta publicada pelo Vaticano, ele destacava o papel essencial dos livros na educação de novos sacerdotes, não só no ensino formal, mas na formação de seres humanos mais sensíveis, maduros e abertos ao outro.

Entre as obras citadas pelo Papa, é notável sua predileção por romances e poemas, destacando obras que considerava fundamentais para compreender a experiência humana.

Os livros favoritos do Papa Francisco

Para o lado de Swann – Em busca do tempo perdido, vol. 1, de Marcel Proust

Para o lado de Swann: À procura do tempo perdido, vol. 1

Para o lado de Swann: À procura do tempo perdido, vol. 1

Publicado em 1913, o livro inaugura a série que aborda temas como tempo, memória e amor a partir das recordações do narrador. Nesta obra, testemunhamos o emblemático episódio das madalenas, em que o sabor de um simples bolinho mergulhado no chá resgata memórias esquecidas, símbolo do poder da memória involuntária.

Para o Papa, romances têm a capacidade de condensar, em poucas páginas, emoções que levaríamos anos para vivenciar, muitas vezes imperceptíveis no cotidiano.

O Tempo Reencontrado – Em Busca do Tempo Perdido, vol. 7

O Tempo Reencontrado Em Busca do Tempo Perdido Volume 7

O Tempo Reencontrado Em Busca do Tempo Perdido Volume 7

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No último volume da série, Proust reafirma a memória como recriadora do passado, mesclando realidade e imaginação, evocando um mundo pessoal e sensível. Suas decepções ao vivenciar os ambientes da sociedade parisiense inspiraram muitos dos personagens do livro, como os que circulam nos salões de Madame Verdurin e dos Guermantes.

Em sua carta sobre o papel da literatura, o papa cita as palavras de Swann destacando como a literatura é também uma forma de enxergar o outro como parte de uma experiência humana compartilhada.

Um Experimento Em Crítica Literária, de C.S. Lewis

Um experimento em crítica literária

Um experimento em crítica literária

 

 

Na década de 1960, Lewis propôs uma nova forma de crítica literária, focada na experiência do leitor, e não apenas na intenção do autor. Francisco ecoava essa visão, afirmando que o ato de “ler com os olhos do outro” amplia a humanidade e a empatia.

“Ao ler, descobrimos que o que sentimos não é só nosso, é universal, e, por isso, até a pessoa mais abandonada não se sente só.” Trecho da Carta do Santo Padre Francisco sobre o papel da literatura na educação.

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A Ideia de uma Sociedade Cristã, de T.S. Eliot

Ideia de Uma Sociedade Cristã e Outros Escritos

Ideia de Uma Sociedade Cristã e Outros Escritos

Mais conhecido como poeta, Eliot também se destacou como ensaísta refletindo sobre o papel da fé cristã na sociedade e na política. Em suas conferências de 1939, defendia que a verdadeira influência cristã deveria nascer da cultura e das tradições populares, capazes de moldar um Estado em que valores cristãos possam coexistir com as ambições políticas e o bem coletivo.

Para Francisco, Eliot soube definir a crise espiritual moderna como uma “incapacidade emocional” generalizada, uma leitura que ele considerava ainda atual.

Borges Oral & Sete Noites, de Jorge Luis Borges

Borges oral & Sete noites

Borges oral & Sete noites

As conferências reunidas nestes volumes revelam o escritor argentino já cego, conduzindo plateias com humor, erudição e uma memória prodigiosa. Em reflexões sobre temas como tempo, poesia e imortalidade, Borges convertia o abstrato em relatos acessíveis, sempre guiado pela memória, pela imaginação e pelo amor aos livros – que considerava a maior invenção humana.

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Francisco admirava, sobretudo, o valor que Borges atribuía à escuta, o ato de “ouvir a voz de alguém”. Ao deixar de ouvir o outro, o indivíduo coloca-se em isolamento, afetando sua relação com si mesmo e com Deus.

Ao longo de seu papado, Francisco usou a literatura não apenas como referência, mas como linguagem de aproximação. Citava livros e autores para dialogar sobre temas como solidão, espiritualidade e convivência. Um gesto que deixa, além da fé, uma herança humanista e literária.

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