Conheça 15 livros que inspiraram coleções de marcas nacionais e internacionais
A moda e a literatura andam lado a lado. Enquanto os livros são páginas de registro da história, memória e ficção do mundo fashion (alô, Miranda Priestly!), as marcas se aproximam cada vez mais dos manuscritos. Grandes casas usam as obras como cúmplice na criação de experiência e criam seus próprios clubes do livro, como […] O post Conheça 15 livros que inspiraram coleções de marcas nacionais e internacionais apareceu primeiro em Harper's Bazaar » Moda, beleza e estilo de vida em um só site.

A moda e a literatura andam lado a lado. Enquanto os livros são páginas de registro da história, memória e ficção do mundo fashion (alô, Miranda Priestly!), as marcas se aproximam cada vez mais dos manuscritos. Grandes casas usam as obras como cúmplice na criação de experiência e criam seus próprios clubes do livro, como é o caso da Miu Miu. Mas, para além disso, a passarela olha para as páginas para encontrar inspiração para grandes criações.
É o caso da última edição do SPFW, em que nomes como Normando e Dendezeiro levaram os livros para as apresentações. De forma literal, como a marca de Hisan Silva e Pedro Batalha fez ao colocar modelos para desfilar segurando algumas obras, e de forma inspiracional, como o mergulho da etiqueta criada por Marco Normando e Emídio Contente na obra de Dalcídio Jurandir. A LED, até mesmo, convidou o público da sua apresentação para deixar a TV (mote da sua coleção) e mergulhar nas páginas de um leitor digital, um presentão para quem esteve no JK Iguatemi.
Pensando nisso, a BAZAAR aproveita o Dia do Livro – celebrado nesta quarta-feira (23.04) para listar obras que já inspiraram marcas nacionais e internacionais. Dos clássicos de Virginia Woolf e Mary Shelley ao potente drama de Hanya Yanagihara, atualize sua lista de leituras abaixo:
“Orlando”, Virginia Woolf
Nascido no seio de uma família de boa posição em plena Inglaterra elisabetana, Orlando acorda com um corpo feminino durante uma viagem à Turquia. Como é dotado de imortalidade, sua trajetória então atravessa mais de três séculos, ultrapassando as fronteiras físicas e emocionais entre os gêneros masculino e feminino. Suas ambiguidades, temores, esperanças, reflexões – tudo é observado com inteligência e sensibilidade nesta narrativa que, publicada originalmente em 1928, permanece como uma das mais fecundas discussões sobre a sexualidade humana.
A um só tempo cômico e lírico, Orlando mostra o trajeto do personagem entre embates com armas brancas, acalorados debates filosóficos no século XVIII, a maternidade e até mesmo num volante a bordo de um automóvel. Tudo isso vem costurado pela prosa luminosa de Woolf nesta que é uma das grandes declarações de amor da literatura ocidental.
Esta edição inclui introdução e notas de Sandra Gilbert, especialista em estudos de gênero e literatura inglesa, e uma brilhante crônica-ensaio de Paulo Mendes Campos, um dos grandes leitores brasileiros da obra de Virginia Woolf.
“Tieta do Agreste”, Jorge Amado
Fogosa pastora de cabras e namoradora de homens, a adolescente Tieta é surrada pelo pai e expulsa de Santana do Agreste graças à delação de suas aventuras eróticas por parte da irmã mais velha, a pudica e reprimida Perpétua. Um quarto de século depois, rica quarentona, Tieta retorna em triunfo ao vilarejo, no interior da Bahia. Com dinheiro e influência política, ajuda a família e traz benefícios à comunidade, entre eles a luz elétrica. Para os parentes e amigos de Agreste, Tieta enriqueceu no sul ao se casar com um industrial e comendador. Mas aos poucos o narrador vai plantando no leitor a dúvida, o descrédito, até revelar a história oculta da protagonista: Tieta se prostituíra e virara cafetina em São Paulo, razão de sua riqueza e de seu trânsito entre os poderosos. Nesse acerto de contas com o passado, ela acaba se envolvendo na acirrada disputa em torno do futuro do lugarejo. Publicado em 1977, o romance foi adaptado com sucesso para a televisão e o cinema. A narrativa descontínua, feita de avanços, recuos e mudanças do ponto de vista, atesta a maturidade literária de Jorge Amado e mantém até hoje o impacto e o frescor.
“Pauliceia Desvairada”, Mário de Andrade
Neste livro, o leitor encontrará a primeira obra marcadamente modernista de Mário de Andrade, um dos mais ativos participantes da Semana de Arte Moderna de 1922 e um dos principais autores do Modernismo brasileiro. Vista sob a ótica do Arlequim, da loucura, e representada por meio de recursos estilísticos inspirados nas vanguardas europeias, a Pauliceia desvairada revela-se multicultural e cosmopolita: atual, portanto, como a obra do escritor.
“O Corvo”, Edgar Allan Poe
Publicado originalmente em 1845, O Corvo é o mais célebre poema narrativo de Edgar Allan Poe. Com atmosfera sombria e linguagem melódica, a obra acompanha um homem enlutado pela perda de sua amada, Lenora, que é visitado por um corvo misterioso. A ave, que repete apenas a palavra “nunca mais”, desencadeia uma espiral de angústia e desespero no protagonista, simbolizando a permanência da dor e o limite da razão. Ícone do romantismo gótico, o poema é um marco na literatura americana.
“Frankenstein”, de Mary Shelley
Muito além da figura do “monstro” popularizado pelo cinema, Frankenstein é uma profunda reflexão sobre os limites da ciência e a responsabilidade humana. No romance, Victor Frankenstein dá vida a uma criatura feita de restos mortais, mas se recusa a assumir as consequências de seu experimento. Publicada em 1818, a obra escrita por Mary Shelley aos 18 anos combina elementos do terror gótico com questões filosóficas e é considerada a origem da ficção científica moderna.
“Laranja Mecânica”, Anthony Burgess
Violência, linguagem e livre-arbítrio se entrelaçam neste clássico distópico publicado em 1962. Narrado pelo jovem Alex, líder de uma gangue de delinquentes, “Laranja Mecânica” retrata uma sociedade autoritária que tenta controlar o comportamento por meio de métodos extremos de reabilitação. Com um estilo provocativo — marcado pelo uso de um dialeto inventado pelo autor, o “nadsat” — o livro questiona os limites da moral, da punição e do poder estatal sobre o indivíduo.
“O Iluminado”, Stephen King
Entre os corredores vazios do hotel Overlook, o terror psicológico ganha forma. Em “O Iluminado”, Stephen King constroi uma narrativa inquietante sobre isolamento, loucura e mediunidade. A trama acompanha Jack Torrance, um escritor em crise que aceita o cargo de zelador de inverno de um hotel nas montanhas, levando consigo a esposa e o filho Danny — que possui habilidades paranormais. À medida que forças sobrenaturais se manifestam, a sanidade da família começa a ruir. Publicado em 1977, é um dos maiores sucessos de King e um marco do horror moderno.
“Contra a Interpretação”, Susan Sontag
Neste influente ensaio publicado em 1966, Susan Sontag propõe uma crítica contundente ao excesso de análise na arte e na literatura. Em “Contra a Interpretação”, a autora argumenta que a experiência estética tem sido sufocada por leituras simbólicas e esquemáticas, e defende uma abordagem mais sensorial e direta. A coletânea reúne textos sobre cinema, literatura, teatro e filosofia, marcando a estreia de Sontag como uma das pensadoras mais relevantes do século XX.
“Zé Vicente Poeta Popular Paraense Cordel”, Vicente Salles
Em “Zé Vicente Poeta Popular Paraense Cordel”, Vicente Salles mergulha no universo da poesia popular, trazendo à tona a figura de Zé Vicente, um dos mais expressivos poetas do Pará. A obra, que celebra a tradição do cordel nordestino adaptado para o contexto amazônico, explora a linguagem única e as histórias de um poeta que canta a cultura e a resistência do povo paraense. Com um estilo marcado pela simplicidade e pelo ritmo envolvente, o livro revela a força da oralidade e a relevância da poesia como forma de preservação cultural.
“Um Manifesto Ciborgue”, Donna Haraway
Em “Um Manifesto Ciborgue”, Donna Haraway propõe uma reflexão radical sobre as fronteiras entre o humano e o não-humano, desafiando as divisões tradicionais entre natureza e tecnologia. Publicado em 1985, o texto se torna um marco nos estudos feministas e na teoria pós-humana ao sugerir a figura do ciborgue como metáfora para uma nova forma de identidade que transcende os limites biológicos e sociais. Haraway propõe, assim, um futuro em que a integração de humanos e máquinas não seja vista como ameaça, mas como uma possibilidade transformadora para as relações de poder e de gênero.
“The Affair”, Danielle Steele
Em “The Affair”, Danielle Steel explora as complexas dinâmicas de amor, traição e os dilemas da vida pessoal e profissional. A trama segue a história de Charlie Waterston, um homem de sucesso que, após um affair com uma mulher casada, se vê preso entre a lealdade à sua esposa e o desejo por algo novo e proibido. Ambientado no mundo dos negócios e da alta sociedade, o romance examina os custos emocionais e as escolhas que moldam o destino dos personagens, tudo em meio a um contexto de alta pressão e expectativas.
“Uma Vida Pequena”, Hanya Yanagihara
Em “Uma Vida Pequena”, Hanya Yanagihara narra a história de quatro amigos, mas é a vida de Jude St. Francis, um deles, que ocupa o centro da trama. Através de um olhar dolorosamente íntimo, o romance acompanha a trajetória de Jude, marcada por traumas passados, segredos sombrios e uma luta constante para lidar com o sofrimento físico e emocional. A obra explora temas como amizade, lealdade, amor e a complexidade das experiências humanas, oferecendo uma visão crua e comovente sobre o impacto do abuso e da dor ao longo da vida.
“Chove nos Campos de Cachoeira”, Dalcídio Jurandir
Em “Chove nos Campos de Cachoeira”, Dalcídio Jurandir retrata a dura realidade do sertão nordestino, onde a seca, as dificuldades sociais e a luta pela sobrevivência marcam a vida dos personagens. A obra narra a história de um homem que, após sofrer a perda de sua família, busca reconstruir sua vida em meio a um cenário de escassez e desesperança. Através de uma escrita poética e envolvente, Jurandir explora questões como a resistência humana e a relação entre o homem e a natureza, colocando o sertão como personagem central e símbolo de luta e resistência.
“O Poço da Solidão”, Radclyffe Hall
Publicado em 1928, “O Poço da Solidão” é um marco na literatura lésbica, desafiando as convenções sociais da época ao abordar abertamente a homossexualidade feminina. A obra segue a vida de Stephen Gordon, uma mulher que se identifica como homossexual em uma sociedade repressiva e hostil. Através de sua jornada de autoconhecimento e de relacionamentos amorosos, o romance explora o sofrimento, o isolamento e a busca por aceitação em um mundo que marginaliza a diversidade sexual. A obra de Radclyffe Hall é reconhecida tanto pela sua coragem literária quanto pelo impacto no movimento pelos direitos LGBTQIA+.
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