Em Belém, de frente para o rio, no Espelho d’Água, nasceu a maior ZeroZero

Entre o restaurante e a esplanada, a nova pizzaria tem 500 lugares. Abre esta quinta-feira.

Apr 16, 2025 - 22:04
 0
Em Belém, de frente para o rio, no Espelho d’Água, nasceu a maior ZeroZero
Em Belém, de frente para o rio, no Espelho d’Água, nasceu a maior ZeroZero

Com 500 lugares, divididos entre o espaço interior e a esplanada, a ZeroZero que abre esta quinta-feira em Belém é resultado de um investimento de quatro milhões de euros do grupo Plateform. Em frente ao rio, no antigo Espaço Espelho d’Água, ao lado do Museu de Arte Popular, é a quarta ZeroZero, depois do Príncipe Real, do Parque das Nações e do Time Out Market. Às pizzas, pastas e charcutaria, junta-se ainda uma gelataria na esplanada.

Em tons brancos, rodeado de espelhos de água (daí o nome), o edifício de traços modernistas é bem conhecido. Projectado por Manuel Lino, foi construído em 1940 para a Exposição do Mundo Português com o intuito de servir como cafetaria e restaurante para o evento. São várias as suas histórias e épocas houve em que o Espelho d’Água se tornou numa paragem em Lisboa. Nos últimos anos, contudo, foi perdendo algum do seu fulgor, ainda que mantivesse uma agenda cultural constante, abrigando também residências artísticas. 

ZeroZero
DR

Mas é nova a vida que se sente logo à entrada. De um lado, um balcão que convida a beber um cocktail – e são muitas as opções –; do outro a mercearia e charcutaria com uma selecção de produtos italianos, à semelhança do que acontecia já no Príncipe Real e no Parque das Nações. 

É na sala aberta e luminosa com vista também para a cozinha, feita em duplicado para que seja possível responder à demanda dos clientes, que se sente a movida e se percebe realmente a dimensão do espaço. “Num turno mais fraco podemos trabalhar só com metade da cozinha, mas se a um domingo o cliente chega todo ao mesmo tempo, conseguimos dar resposta”, explica Rui Sanches, fundador e CEO da Plateform, durante uma visita guiada ao restaurante, dois dias antes da abertura, em pleno funcionamento para testar e ultimar detalhes. “O espaço mantém-se igual, só que a escala aqui é maior, a questão da simultaneidade na cozinha é um desafio gigante”, precisa, explicando também o trabalho feito em parceria com o Atelier Lado e o arquitecto João Regal, com quem o grupo já costuma trabalhar.

ZeroZero
DR

Quem conheceu o Espelho d’Água anteriormente, estará familiarizado com o espaço, já que arquitectonicamente toda a estrutura foi mantida, mas notará as diferenças, especialmente o esforço em se criar alguma intimidade num local tão amplo. “Nós lutámos para dividir o espaço o mais possível para não ficar assim tão massivo”, conta Rui Sanches, enquanto dá a conhecer uma sala ao fundo do restaurante que “pode ser privatizada”. “Ou seja, quem quiser fazer um evento privado, um evento corporativo, temos aqui a possibilidade de fechar o cortinado.” É nesta zona que fica o mural do artista norte-americano Sol LeWitt, datado de 1990, e que foi novamente recuperado. 

Ao lado, fica a zona da pizzaria, com dois vistosos e majestosos fornos de lenha onde só entra lenha de zinho. Todo o processo das pizzas é igual às restantes ZeroZero, faz questão de frisar o CEO da Plateform. Quer isso dizer que se tratam de pizzas de fermentação natural – por via de uma pré-fermentação seguida de uma maturação por, no mínimo, 48 horas – e é usada a farinha 00. 

ZeroZero
DR

Na carta, são cerca duas dezenas de opções, das clássicas margherita (14,50€) e diávola (19€) às especiais como a tartufi e porcini (21,50€), com mozzarella fiordilatte, cogumelos porcini, queijo asiago e creme de trufa preta, ou a prosciutto crudo di Parma e bufala campana DOP (21,50€), com tomate, mozzarella di bufala campana DOP, presunto de Parma 18 meses e rúcula. Nas entradas, mantêm-se igualmente pratos como a burrata com presunto de Parma 18 meses e azeite de manjericão (19€) ou os arancini de arroz siciliano, recheado com ragù e ervilha (10€). 

É nas pastas, feitas ali, também à vista do cliente, que há novidades. São elas a pappardelle verde com verdure all griglia e pesto de tomate seco (16,50€), o linguini nero ai frutti di mare (21,50€) e a pappardella ripiena di ricotta e tartufo (14€).

ZeroZero
DRPappardella ripiena di ricotta e tartufo

Nas sobremesas, o mil-folhas de caramelo salgado com gelado de baunilha (8€) continua a ser obrigatório, bem como o tiramisù (8€) e a mousse de chocolate e avelã de Piemonte (8€). E há os gelados artesanais (6€/duas bolas). “Nós já fazíamos o nosso gelado. Basicamente, melhorámos muito o processo de produção do gelado. Posso dizer-vos, por exemplo, que no gelado de tiramisù até o palito la reine fazemos”, revela Rui Sanches, ressalvando que, fazendo uso da localização, vai ser possível também ir à ZeroZero para comer apenas um gelado ou até um crepe com gelado na esplanada, que ganhou mais espaço com a Plateform e onde está instalada a gelataria.

No final, Rui Sanches confessa que escolher abrir uma ZeroZero neste espaço emblemático foi a resposta imediata. “Esta localização pedia um restaurante agregador, de família e a ZeroZero tem essa ADN. É uma coisa mais informal. É uma pizzaria, mas também é um restaurante”, conclui.

ZeroZero
DR

Resta dizer que as casas de banho, no piso de cima e onde antes funcionaram as residências artísticas, têm luz natural e vista para o rio.