Reacher: A maior mudança que o final da 3ª temporada fez em relação ao livro

Série prova que algumas adaptações vêm para o bem. O post Reacher: A maior mudança que o final da 3ª temporada fez em relação ao livro apareceu primeiro em Observatório do Cinema.

Mar 28, 2025 - 01:31
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Reacher: A maior mudança que o final da 3ª temporada fez em relação ao livro

Um dos maiores desafios de qualquer adaptação é equilibrar fidelidade com inovação. Quando se trata de Reacher, a série do Prime Video baseada nas obras literárias de Lee Child, essa inovação entre obra original e novo formato vem sendo explorada temporada após temporada.

Nos dois primeiros anos, a série já havia tomado algumas liberdades com a trama dos livros, mas manteve o espírito da jornada de Jack Reacher. O final da terceira temporada, no entanto, traz uma diferença marcante em relação à obra original, especialmente no arco do personagem Zachary Beck.

A redenção de um antagonista

No livro, Beck é um traficante de armas sem muitos escrúpulos que tenta proteger sua família, mas nunca chega a se aliar a Reacher ou mostrar qualquer tipo de arrependimento. Já na série, ele é apresentado como um homem dividido entre a criminalidade e o desejo de proteger o filho, Richard.

Essa mudança ganha força no último episódio, quando Beck se sacrifica para salvá-lo durante o confronto final com Quinn. A morte heroica não apenas ressignifica sua trajetória como vilão, mas também impacta diretamente no desenvolvimento emocional de Reacher e do próprio Richard, que deixa para trás uma vida de traumas.

Ao escolher matar Beck, a série evita cair na armadilha de deixar um criminoso impune simplesmente porque ele tem uma família. Em Persuader, Reacher até considera eliminar Beck, mas desiste ao perceber que isso colocaria Richard em risco. A série prefere fechar o arco de forma mais impactante, com Beck pagando o preço de forma nobre.

Essa abordagem dialoga com uma fala de Neagley no final do episódio. Segundo ela, Reacher não age por empatia, mas por intolerância às figuras de poder que abusam da sua posição. “Você odeia quem se acha grande demais pra ser punido”, diz ela. Beck, ainda que envolvido com crimes, é retratado como peça menor num tabuleiro maior.

A mudança que o livro não ousou fazer

Apesar de ser um thriller de ação, Reacher tem investido cada vez mais no desenvolvimento dos personagens secundários. A terceira temporada comprova isso ao transformar um vilão em uma figura complexa e emocional.

O impacto dessa escolha é sentido até mesmo por Reacher, que costuma ser implacável com seus adversários. Ao ver Beck morrer tentando fazer o certo, o protagonista ganha uma nova perspectiva sobre justiça e arrependimento. Algo que, aos poucos, vai moldando a forma como ele encara seus próprios fantasmas.

No fim das contas, a grande diferença entre o final da temporada e o livro Persuader é mais uma prova de como a série tem encontrado sua própria voz. Sem trair os princípios da obra original, Reacher adapta os eventos com liberdade criativa, explorando temas e relações que enriquecem a experiência do espectador.

Se a ideia é que a série dure por muitos anos, como indicam os números e a recepção do público, esse tipo de abordagem pode ser o diferencial que manterá o fôlego da trama por muito tempo.

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