Os 10 filmes mais decepcionantes da Netflix de todos os tempos
A Netflix foi o primeiro grande serviço de streaming a romper a barreira do entretenimento televisivo e se inserir com força no cinema tradicional. O post Os 10 filmes mais decepcionantes da Netflix de todos os tempos apareceu primeiro em Observatório do Cinema.


A Netflix tem investido fortemente na produção de filmes e conquistado destaque com títulos de grande sucesso, muitos dos quais foram premiados e elogiados pela crítica. Produções como May December, O Irlandês (The Irishman) e Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7) receberam aclamação por sua qualidade artística e narrativa. Além disso, obras como Ataque dos Cães (The Power of the Dog), História de um Casamento (Marriage Story) e ROMA chegaram ao Oscar, consolidando a presença da plataforma no cenário cinematográfico mundial.
A Netflix foi o primeiro grande serviço de streaming a romper a barreira do entretenimento televisivo e se inserir com força no cinema tradicional. Desde então, tem oferecido não apenas produções populares, mas também filmes com conteúdo profundo, reflexivo e artisticamente ambicioso. Sua capacidade de atrair diretores renomados e criar experiências cinematográficas únicas reforça sua posição como uma das forças mais influentes da indústria audiovisual contemporânea.
Apesar do prestígio conquistado, nem todos os filmes da Netflix alcançam o mesmo nível de qualidade. Muitos lançamentos originais da plataforma são duramente criticados por público e crítica, gerando reações negativas nas redes sociais. Em alguns casos, a má recepção causa surpresa, considerando o vasto orçamento e os recursos que a empresa possui para investir em suas produções.
Essas críticas se refletem nas baixas pontuações que alguns filmes recebem em plataformas especializadas, como Rotten Tomatoes e IMDb. Embora essas avaliações possam parecer exageradas à primeira vista, muitos espectadores, após assistirem aos filmes, acabam concordando com o julgamento. Isso mostra que, mesmo com todo o poder que possui, a Netflix ainda enfrenta desafios para manter um padrão consistente de qualidade em seu vasto catálogo.
Blonde
Embora a atriz Ana de Armas tenha recebido uma indicação ao Oscar por sua atuação em Blonde, essa foi praticamente a única associação positiva ao filme. Baseado no romance homônimo de Joyce Carol Oates, Blonde apresenta um retrato ficcional e dramatizado da conturbada vida de Marilyn Monroe, ícone dos anos 1950. Apesar de exibir qualidades técnicas notáveis, o conteúdo do longa é profundamente perturbador e, por vezes, prejudicial.
Com quase três horas de duração, Blonde se dedica a uma sucessão de cenas que exploram o abuso, a dor e a exploração da protagonista. Muitos dos eventos retratados jamais foram comprovados, o que levanta questionamentos sobre a ética de transformar suposições em imagens tão cruéis. A figura de Marilyn — ou Norma Jeane, seu nome de nascimento — é apresentada de forma constantemente vitimizada, reduzida a um símbolo de sofrimento.
O que poderia ter sido um exame sensível e respeitoso sobre a mulher por trás do mito acaba se tornando uma experiência angustiante e sensacionalista. Ao invés de iluminar a complexidade de sua trajetória, o filme escolhe o caminho da exploração emocional, tratando a dor como espetáculo e falhando em assumir responsabilidade pela forma distorcida como conta essa história.
Crush à Altura
Estrelado por Ava Michelle, revelada em Dance Moms, pela estrela pop Sabrina Carpenter e por Griffin Gluck, conhecido por Middle School: The Worst Years of My Life, Crush à Altura parecia ter todos os ingredientes para se tornar o novo queridinho do público adolescente. No entanto, uma combinação de enredo raso, humor mal executado e um final excessivamente clichê fez com que o filme ganhasse fama por ser “hilariantemente ruim”.
A trama gira em torno de Jodi, uma adolescente cuja insegurança em relação à sua altura afeta profundamente sua vida social e emocional. Tudo muda quando um estudante de intercâmbio — finalmente mais alto que ela — chega à escola, despertando nela a esperança de um romance. Ao longo da história, Jodi passa por um processo de autodescoberta, aprendendo a valorizar o que realmente importa e se conectando com pessoas que enxergam além de sua aparência física.
Apesar de a premissa ser limitada, muitos espectadores ainda nutriam a expectativa de que, ao menos, o carisma do elenco tornasse a experiência mais divertida. Infelizmente, Crush à Altura acabou se destacando não pela leveza ou originalidade, mas por se tornar motivo de piada — e uma decepção notável no catálogo da Netflix.
A Barraca do Beijo 3
Uma presença constante no catálogo de comédias adolescentes da Netflix, A Barraca do Beijo, baseada nos livros de Beth Reekles, acompanha a história de Elle, seu melhor amigo Lee e o irmão mais velho dele, Noah. O título do filme faz referência a uma ideia criada por Elle e Lee para uma arrecadação de fundos na escola: uma cabine de beijos, que conta com a participação de Noah — um dos garotos mais desejados do colégio. A situação complica quando Elle começa a nutrir sentimentos por Noah, o que vai contra as regras de amizade estabelecidas com Lee.
Ao longo da trilogia, o relacionamento entre Elle e Noah evolui, e no terceiro filme os dois, agora oficialmente um casal, planejam um verão inesquecível na casa de praia da família de Lee e Noah. No entanto, a temporada dos sonhos é ameaçada por decisões difíceis, especialmente quando Elle precisa escolher entre duas faculdades — cada uma levando sua vida para caminhos muito distintos. Enquanto tenta aproveitar seus últimos momentos de liberdade adolescente, ela se vê no centro de conflitos emocionais e dilemas pessoais.
Apesar de seguir a fórmula clássica do drama adolescente, a série sofreu críticas por seu humor forçado, ritmo irregular e diálogos pouco naturais. O terceiro filme, em particular, foi apontado como o ponto mais fraco da trilogia, com um final considerado apressado e mal executado. Em vez de entregar uma conclusão satisfatória, a produção encerra a história de maneira morna, desperdiçando o que restava das expectativas do público.
A Mãe da Noiva
Dirigido por Mark Waters — reconhecido por seu talento cômico em Mean Girls e Freaky Friday — A Mãe da Noiva surge como um tropeço inesperado em sua carreira. Carregado de momentos sem graça e apoiado em um enredo batido que nada acrescenta ao gênero, o filme mais parece uma produção genérica de catálogo, daquelas que nem servem para preencher o fundo da tela com algum entretenimento leve.
O elenco até prometia. Brooke Shields, ícone dos anos 80, assume o papel principal ao lado de Benjamin Bratt, conhecido por seus papéis dramáticos. Miranda Cosgrove (iCarly) e Chad Michael Murray (One Tree Hill) também integram a produção, e embora seja curioso reencontrar rostos conhecidos, esse fator nostálgico rapidamente se perde em meio à monotonia da narrativa. A trama genérica e as piadas recicladas tornam-se cansativas em pouco tempo, testando a paciência até mesmo dos espectadores mais indulgentes.
A Mãe da Noiva até poderia ter sido uma reflexão interessante sobre amor, amadurecimento e as mudanças nos relacionamentos ao longo da vida. No entanto, cada tentativa de tocar nesses temas afunda em diálogos superficiais e cenas que carecem de qualquer impacto emocional. O resultado final é um filme que desperdiça seu potencial, entregando pouco mais que uma comédia sem alma e sem timing.
Death Note
Lançado originalmente em 2006, Death Note permanece como uma das séries de anime mais aclamadas de todos os tempos. Reconhecida por seu desenvolvimento de personagens complexo, suspense envolvente e debates profundos sobre moralidade e justiça, a série conquistou uma base de fãs extremamente fiel ao redor do mundo. Na época em que o filme em live-action foi anunciado, diversas adaptações de animes estavam sendo produzidas — muitas com resultados questionáveis. E já com o primeiro trailer de Death Note, lançado pela Netflix, os fãs ficaram céticos quanto à fidelidade e à qualidade da adaptação.
Infelizmente, quando o filme finalmente chegou à plataforma, os piores temores foram confirmados. A versão live-action de Death Note tornou-se um fracasso retumbante — um verdadeiro insulto à obra-prima original. As críticas se concentraram principalmente nas péssimas caracterizações dos protagonistas, Light e seu enigmático rival, o detetive L. No anime, o embate psicológico entre os dois é o coração da trama, sustentado por uma tensão crescente e decisões calculadas. Já no filme, ambos os personagens são descaracterizados a ponto de se tornarem irreconhecíveis, tomando atitudes incoerentes com suas versões originais.
Embora Death Note não seja o único anime a sofrer com uma adaptação live-action sem brilho, ele certamente figura entre os exemplos mais desastrosos — tanto por sua execução quanto pelo desperdício de um material tão rico e icônico.
A Missão de Sandy Bochechas
Baseado em um dos desenhos animados infantis mais icônicos de todos os tempos, Bob Esponja – O Filme, lançado em 2004, não apenas capturou com perfeição o humor e o estilo da série original, como também expandiu seu universo e introduziu stakes reais para os personagens. O longa foi amplamente elogiado por fãs e críticos, considerado um exemplo raro de adaptação bem-sucedida de TV para cinema.
Desde então, a franquia gerou outros três filmes — nenhum deles, no entanto, conseguiu alcançar o mesmo nível de reconhecimento ou carinho. Em 2024, talvez tenha sido lançado o pior exemplar dessa sequência: uma trama em que Bob Esponja e Sandy partem em uma missão para resgatar a Fenda do Biquíni, misteriosamente arrancada do fundo do mar.
O filme tem o que se poderia chamar de uma “qualidade de sonho febril” — mas não no bom sentido. Com um ritmo frenético, personagens exageradamente coloridos e uma avalanche de estímulos visuais, o longa tenta camuflar suas falhas mais gritantes: piadas sem graça, cenários genéricos e a introdução de personagens novos que pouco ou nada acrescentam à trama.
Se alguns pais já consideravam a série original “irritante”, este filme provavelmente confirmará suas suspeitas. Ausente de qualquer charme ou criatividade que tornaram Bob Esponja Calça Quadrada um fenômeno cultural, o longa mais recente soa mais como um experimento caótico do que uma continuação digna de seu legado.
Feios
Baseado no romance homônimo de 2005 de Scott Westerfeld, Feios propõe uma reflexão sobre os padrões de beleza impostos à juventude. Aclamado pela crítica e vencedor do Golden Duck Award em 2006, o livro conquistou uma legião de fãs com sua crítica social embalada em ficção científica distópica. No entanto, a adaptação cinematográfica, estrelada por Joey King — curiosamente também conhecida por interpretar Elle na série The Kissing Booth — não teve a mesma sorte, sendo duramente criticada por internautas e especialistas.
Na trama, King interpreta Tally Youngblood, uma adolescente que vive em uma sociedade onde a beleza padronizada é uma exigência para aceitação social. Ansiosa por completar 16 anos e finalmente passar pela cirurgia que a transformará em uma “Perfeita”, Tally vê sua visão de mundo mudar quando seu melhor amigo, Peris, retorna do procedimento completamente diferente — tanto fisicamente quanto em sua maneira de agir com ela. Tudo muda de verdade quando ela conhece Shay, uma jovem destemida que decide fugir antes da cirurgia para se juntar a um grupo de rebeldes chamado The Smoke. Quando Tally é incumbida de se infiltrar no grupo, acaba se deparando com valores que desafiam tudo o que acreditava ser verdade.
Apesar do potencial do material original, o filme tropeça em praticamente todos os aspectos que poderiam torná-lo marcante. Cheio de clichês, diálogos rasos, efeitos visuais pouco convincentes e uma narrativa apressada, a adaptação não conseguiu capturar a profundidade e a crítica afiada presentes no livro. Para muitos fãs, a experiência foi frustrante — ver uma obra que marcou sua adolescência ser reduzida a uma leitura superficial de sua mensagem central foi mais do que decepcionante: foi um desserviço.
Ele É Demais
Dirigido por Mark Waters, Ele É Demais é o remake de 2021 da comédia romântica de 1999, She’s All That, mas com um toque de inversão de gênero. Seguindo uma premissa essencialmente idêntica, a trama gira em torno de uma aposta feita por um estudante popular do ensino médio, que promete transformar um pária em rainha ou rei do baile, depois que sua reputação despenca devido a um evento inesperado.
Estrelado pela influenciadora de TikTok Addison Rae, no papel principal, o filme enfrenta o desafio de uma performance que, infelizmente, não consegue entregar o carisma necessário. A atuação de Rae carece de experiência e profundidade, o que resulta em muitas falas que deveriam ser emocionais, mas acabam soando insípidas e sem vida. Embora o filme insira algumas sequências que beiram o campismo e o irônico, essas tentativas muitas vezes falham, resultando em momentos mais irritantes do que divertidos.
O filme também falha ao tentar representar a relevância das redes sociais no universo adolescente. Ao contrário de outras produções que discutem o impacto da mídia digital na juventude, Ele É Demais utiliza a mídia social apenas como um dispositivo narrativo para incitar o conflito inicial, sem explorar adequadamente seus efeitos negativos. Em um mundo onde os estudantes não se preocupam apenas em impressionar seus colegas, mas também uma audiência invisível online, o filme perde a oportunidade de comentar de forma crítica sobre a pressão de se apresentar constantemente para o público. Em vez disso, oferece uma visão rasa de uma cultura que está cada vez mais presente na vida dos adolescentes, sem aprofundar nas consequências dessa exposição.
Para os fãs de Addison Rae, o filme foi uma decepção não apenas pelo desempenho da atriz, mas pela falta de substância do próprio enredo, que tenta capturar a essência do original sem conseguir renovar ou agregar algo relevante à fórmula.
Vende-se Esta Casa
Embora o trailer de Vende-se Esta Casa tenha gerado expectativas, o filme rapidamente provou que não tinha capacidade de entregar qualquer tipo de narrativa consistente. Estrelado por Dylan Minnette, de 13 Reasons Why, e Piercey Dalton, como uma mãe e filho que lidam com o luto pela perda do marido e pai, Vende-se Esta Casa é um exemplo frustrante de um filme que nunca vai a lugar nenhum. As críticas não tardaram em destacar que, apesar de seu potencial, o filme desperdiça diversas oportunidades para explorar diferentes caminhos interessantes, optando por um final que se sente desconexo e sem propósito em relação ao que os cineastas tentaram construir ao longo da trama.
Enquanto alguns filmes podem sofrer de falhas técnicas, diálogos fracos ou ritmos desajustados, Vende-se Esta Casa se destaca como uma decepção genuína, não por falhar em um único aspecto, mas por desperdiçar um bom material e potencial narrativo. A premissa parecia promissora — a dinâmica de luto e o mistério crescente em torno de uma casa aberta que parece ter algo mais sinistro em seu interior. No entanto, o filme toma um rumo indevido, com decisões criativas que comprometem a construção do suspense, tornando-se progressivamente mais desorientado e insustentável.
Ao invés de criar uma história cativante, o filme se perde em sua tentativa de esticar o mistério sem realmente aprofundar seus personagens ou fazer com que o suspense seja verdadeiramente impactante. A sensação é de frustração: um thriller que poderia ter sido emocionante, mas que opta por escolhas narrativas que não fazem jus ao que poderia ter sido uma experiência envolvente.
365 Dias: Hoje
Uma das franquias mais odiadas da Netflix, 365 Dias é amplamente considerado um dos piores filmes já feitos, e sua sequência, 365 Dias: Hoje, consegue superar o desastre de seu antecessor ao introduzir um enredo ainda mais inacreditável e construir um relacionamento ainda mais tóxico e abusivo. Praticamente tudo sobre o filme falha, desde a atuação até a edição e cinematografia, mas é a insistência na premissa absurda do primeiro filme que mais incomoda.
Após ser sequestrada por Massimo, um mafioso que lhe dá 365 dias para se apaixonar por ele, Laura milagrosamente se apaixona, e o romance deles continua em meio a um casamento conturbado, ameaçado pela própria máfia de Massimo. O relacionamento entre eles, que já era problematicamente retratado no primeiro filme, agora se aprofunda em questões de controle, abuso e dependência emocional, sendo vendido como uma história de amor apaixonante. O filme explora ainda mais esse vínculo destrutivo, com consequências devastadoras para qualquer noção de relacionamento saudável.
Indicada ao Razzie Awards de 2023, a sequência foi considerada uma versão ainda mais horrível de 50 Shades Darker, o segundo filme da franquia 50 Shades of Grey, que já havia sido criticada por suas representações problemáticas de relações de poder e consentimento. Para aqueles que achavam que a franquia 50 Shades já tinha atingido seu limite de bizarrice, 365 Dias: Hoje serve como um lembrete de que os dramas eróticos podem, de fato, ser ainda piores. Com uma narrativa superficial e uma abordagem extremamente tóxica, a franquia segue seu caminho como um exemplo de como um romance entre cúmplices de crimes pode ser distorcido e romanticamente celebrado, ignorando os aspectos mais sombrios e prejudiciais que ele traz à tona.
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