O avô do vinil: algumas curiosidades sobre os discos 78 RPM

Rei das mídias físicas até meados de 1950, o disco 78 RPM foi o primeiro meio de armazenamento de áudio que podia ser reproduzido mais de uma vez. The post O avô do vinil: algumas curiosidades sobre os discos 78 RPM appeared first on NOIZE | Música do site à revista.

Apr 15, 2025 - 16:12
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O avô do vinil: algumas curiosidades sobre os discos 78 RPM

Rei das mídias físicas de 1890 até meados de 1950, o disco 78 RPM (ou disco de goma-laca) revolucionou a forma como se escutava música, impulsionou o crescimento da indústria fonográfica e trouxe soluções para problemas inerentes ao modelo de escuta anterior, o cilindro fonográfico. 

O disco 78 RPM foi inventado em 1887 por Emil Berliner como a mídia de armazenamento do Gramofone, um gravador e reprodutor de áudio formado por um sistema mecânico de cornetas e agulhas.

Inicialmente produzido em celuloide, o 78 RPM encontrou sua forma principal na goma-laca, uma resina natural extraída do inseto Kerria Lacca, que era mais barata e resistente que a cera do cilindro fonográfico. Essa resistência também influenciava diretamente a experiência do ouvinte, pois possibilitava reproduzir o disco mais de uma vez. 

Boom na indústria

O disco de goma-laca trouxe múltiplos benefícios e aperfeiçoamentos importantes para o universo das mídias físicas, mas a troca para um formato chato, junto a um novo padrão de fabricação em massa, definitivamente foram as mais importantes inovações do 78 RPM. E como acontecia este processo?

A primeira etapa era a gravação da música por meio do gramofone, onde um disco liso era arranhado pela agulha do gravador com as linhas de marcação contendo a música, tornando-se, assim, o disco- mãe. Depois, este disco era utilizado para produzir moldes que gerariam infinitas cópias daquela obra musical. Este novo método de produção em massa transformou em processo industrial a fabricação das mídias físicas. Um produto antes extremamente caro e exclusivo agora tornava-se mais acessível e comercialmente escalonável.

Uma série de acontecimentos gerados a partir destas mudanças levaram ao boom da indústria fonográfica: as vendas aumentaram consideravelmente, as gravadoras se tornaram um modelo de negócios muito mais lucrativo e a expansão das empresas que produziam os discos foi praticamente imediata. Aqui, teve início a era das grandes gravadoras.

Ascensão e queda

Embora o 78 RPM tenha sido um grande avanço tecnológico, ele passou por algumas mudanças técnicas no seu período de maior utilização, entre 1910 até a década de 50. No início deste intervalo, o disco de goma-laca tinha apenas um tamanho (10 polegadas) e só recebia marcações de gravação em um de seus lados. A partir dos anos 1920, quando o modelo já estava completamente estabelecido, surgiram mais variações deste disco, agora ele possuía 3 tamanhos (7, 10 ou 12 polegadas) e recebia gravações em seus dois lados, como o tão amado e conhecido disco de vinil.

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À primeira vista, o 78 RPM pode parecer muito similar ao seu sucessor, o disco de vinil, mas existem diferenças técnicas cruciais que levaram à sua substituição. Da mesma forma que o disco de goma laca ultrapassou o seu antecessor pela maior resistência, maior qualidade de som e maior conveniência ao ouvinte, ele foi ultrapassado pelo vinil. Um dos pontos fortes do LP era seu formato com rotação mais devagar que consequentemente comportava músicas com maior duração, tornando-se uma mídia mais atrativa para artistas e ouvintes.

A evolução tecnológica das mídias é infinita e a invenção de novos modelos, com novas vantagens, é natural e inevitável, entretanto, isso não significa que eles não tenham seu valor. Cada um desses modelos foram marcos da evolução da tecnologia na música e, com o tempo, tornaram-se relíquias para os amantes das mídias físicas.

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