Catálogo NRC: 5 discos de rock feito por mulheres lançados pelo clube

O rock é um gênero que abriga grande diversidade de estilos, apesar de muitas opiniões divergirem deste fato. Ao longo das décadas, o som das guitarras distorcidas flertou com a MPB, com o pop, com a música eletrônica e com muitas outras possibilidades criativas.

Baterias foram substituídas por beats, ou conviveram com tambores de culturas locais, e os vocais rasgados encontraram o autotune e outros efeitos. A música, afinal, é dinâmica, e muda de tempos em tempos e de acordo com o território onde é produzida.

Outra ideia equivocada é a de que o rock seria um gênero masculino. A história da música brasileira e internacional mostra o contrário: diversas mulheres foram e são decisivas na construção e perpetuação do gênero. E por aí, qual é a sua rockeira favorita?

O catálogo do NRC mostra na prática o que estamos dizendo. Desde que começamos com o clube de vinil, prensamos diversos álbuns de artistas contemporâneas que, se não tocam rock declaradamente, flertam com o gênero. Confira a lista.

CSS – Cansei de Ser Sexy (2005)

Ícone na música, moda e comportamento, o CSS foi um furacão que excedeu a cena nacional e tomou conta do mundo. O grupo, composto por Lovefoxxx, Ana Rezende, Luiza Sá, Carolina Parra, Iracema Trevisan e Adriano Cintra, fez história. Com roupagem pop e atitude punk, a banda juntou o rock à música eletrônica, misturando riffs de guitarra aos beats e sintetizadores. Hits como “Music Is My Hot Hot Sex” e “Alala” marcaram a história da música com suas letras irreverentes e bem humoradas, transitando entre o inglês e o português.

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Ana Frango Elétrico – Little Electric Chicken Heart 

Diretamente do underground do Rio de Janeiro, a artista, em pouco tempo, marcou o seu nome como destaque no cenário musical e na lista de melhores discos nacionais. O segundo trabalho de Ana traz influências do rock, pop e da MPB e se apoia em coros grandiosos, arranjos de sopro inspirados, guitarras distorcidas e timbres irresistíveis. A sonoridade mira nas décadas de 50, 60 e 70, tendo como referências declaradas nomes como Nora Ney, Quincy Jones, Burt Bacharach e Rita Lee.

Tulipa Ruiz – Habilidades Extraordinárias

Com composições de Tulipa e produção de seu irmão Gustavo Ruiz, o álbum foi gravado com captação analógica, em fitas magnéticas. Além dos músicos Gabriel Mayall e Samuel Fraga, o disco conta com participações de Negro Leo, João Donato, Luiz Chagas, os irmãos Pedro e Jonas Sá e Liniker. O álbum flerta com o rock, o soul e o funk, mantendo também diálogo com a cena paulistana de música independente.

Letrux – Letrux em Noite de Climão

O álbum representa uma transformação da carreira da artista. Após anos de trabalho na dupla Letuce, Letícia Novaes decidiu buscar outros caminhos. Além de cantora, atriz e escritora, seu objetivo pós-Letuce era misturar completamente essas expressões artísticas. É desse desejo que nasce a figura Letrux, cujo disco une a poesia ácida de Letícia a um universo dançante de timbres que remetem ora à disco music ora ao rock experimental. O resultado é uma salada tragicômica e sedutora.

Karina Buhr – Desmanche

A baiana criada em Pernambuco é dona de uma discografia sólida; o quarto álbum, não fica por menos. Oscilando entre momentos agudos e leves, o disco é um caldo que combina as influências do punk e do manguebeat, a guitarra marcante de Regis Damasceno e a marcação implacável da percussão, guiada por Karina e sua alfaia, unida a beats eletrônicos. O álbum traz músicas com denúncias sociais, como “A Casa Caiu”, e digressões, como “Nem Nada”.

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