Você nunca adivinharia: os benefícios de cortar o açúcar
Dermatologista explica como a exclusão desse ingrediente da dieta pode auxiliar na melhora da pele

Cortar o açúcar vem se tornando um hábito cada vez mais popular, especialmente por conta dos benefícios estéticos. Para além dos problemas de saúde provocados pelo consumo excessivo, como diabetes e obesidade, o ingrediente também traz prejuízos à aparência da pele. “Isso ocorre principalmente por meio da glicação, processo em que o açúcar se liga ao colágeno e à elastina, causando o envelhecimento precoce da derme”, explica a dermatologista Sabrina Aquino.
O açúcar também gera inflamação sistêmica, danificando as células da pele e comprometendo a sua regeneração, segundo uma pesquisa de 2024 apresentada no Annual Meeting of the American Academy of Dermatology.
Açúcar causa acne?
No caso da acne, o ingrediente é responsável pelo aumento da produção sebácea, como afirma o European Journal of Nutrition. Ainda assim, não há comprovação de que o açúcar isolado cause acne, mas o alto índice glicêmico aumenta a oleosidade da pele e a inflamação folicular.
O impacto da retirada do açúcar da dieta para a pele
“A redução do consumo pode beneficiar a produção e a integridade do colágeno e da elastina na pele ao diminuir o processo de glicação”, explica Sabrina.
Quando há excesso de açúcar, ele acaba se ligando às proteínas e cria produtos finais rígidos e menos funcionais. Traduzindo: a diminuição da ingestão do ingrediente preserva a estrutura e a capacidade de renovação das proteínas essenciais para a elasticidade e a firmeza da pele.
Além disso, ao limitar o açúcar, diminui-se a inflamação crônica e o estresse oxidativo, que prejudicam as células produtoras de colágeno, segundo pesquisa de 2024 no British Journal of Dermatology.
Ao cortar o açúcar, a pele sente os benefícios em menos de 4 semanas
De acordo com a médica, que observou o impacto da redução em seus pacientes, a melhora na pele é evidente em menos de 4 semanas, com a redução da oleosidade e da acne, da vermelhidão e da rosácea, melhora do viço e até mesmo de manchas.
“A longo prazo, mantendo uma dieta com baixo índice glicêmico, também notamos diminuição da flacidez e um envelhecimento mais lento da pele”.
Redução da inflamação
Um dos impactos mais relevantes do açúcar na pele é a inflamação. Ele é responsável por processos inflamatórios crônicos, que, com o tempo, danificam as células cutâneas, incluindo as responsáveis pela produção do colágeno.
A redução do consumo de açúcar pode ajudar a diminuir a inflamação e melhorar a saúde da pele, pois reduz a produção de AGEs (produtos de glicação avançada) e estabiliza os níveis de insulina, minimizando a resposta inflamatória.
Um estudo de 2023 no European Journal of Nutrition mostrou que dietas com baixo teor de açúcares refinados estão associadas a menor inflamação e melhor aparência da pele, com redução de rugas e oleosidade em participantes. “Assim, diminuir o açúcar não só protege contra danos crônicos, mas também favorece a regeneração cutânea”, enfatiza Sabrina.
Como reduzir o consumo do açúcar de forma saudável
É importante que a redução do açúcar seja feita de forma consciente. “Eu tive uma paciente que resolveu eliminar o açúcar, mas começou a trocar por alimentos com adoçantes”, diz. Esta não é uma boa estratégia, diga-se de passagem.
Os adoçantes artificiais, como aspartame, sucralose e sacarina, são associados a alguns riscos à saúde. Estudos indicam que podem causar inflamação crônica e estresse oxidativo, conforme revisão de 2023 no Journal of Clinical and Aesthetic Dermatology.
O consumo excessivo está ligado à disbiose intestinal, alterando o microbioma e podendo levar a resistência à insulina, segundo pesquisa de 2024 no British Journal of Dermatology.
Há também preocupações com risco cardiovascular. “Inclusive, a OMS classificou o aspartame como “possivelmente carcinogênico” em 2023, mas evidências ainda são inconclusivas, exigindo mais estudos”, ressalta a médica.
Assim, é sempre indicado aos pacientes que procurem um nutricionista para que essa redução do açúcar seja feita da forma mais saudável possível e não cause outros problemas de saúde, para que seja uma mudança gradual, consistente e que não interfira tanto nas relações interpessoais, porque os alimentos ricos em açúcar estão presentes no cotidiano e são associados a momentos de celebração e conexão entre as pessoas. “Sempre oriento meus pacientes a se cuidarem, mas sem radicalismos. É preciso saber viver com moderação!”, conclui.
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