Casa aposta em paisagismo tropical com 19 espécies de plantas
O projeto integra interior e exterior respeitando relevo natural e criando conexão com a natureza.

Um jovem casal convidou a arquiteta Paula Gonçalves Reis para projetar do zero a casa onde planejam viver com seus dois filhos. A residência de dois pavimentos, com 516 m² de área construída, nasceu com um desejo claro: ser contemporânea, ampla, confortável e conectada à natureza.
Para dar vida ao paisagismo, a especialista Flávia D’Urso desenvolveu um projeto tropical, exuberante e fluido, totalmente alinhado à arquitetura da casa.
“Trabalhamos conforme as formas do terreno, valorizando as características naturais dele e respeitando o relevo existente, que, por si só, já cria movimento e volume. O projeto de paisagismo buscou potencializar essa sensação de movimento através da escolha estratégica de espécies com diferentes alturas, além de trabalhar com maciços, trazendo camadas e profundidade ao projeto”, explica Flávia D’Urso.

O resultado foi um paisagismo que suaviza as linhas retas e marcadas da construção, ao mesmo tempo em que dialoga com os materiais da fachada e se estende como uma continuidade dos ambientes internos.
A elaboração em conjunto com o projeto de interiores permitiu um planejamento preciso da vegetação, considerando aspectos como sombreamento, incidência solar, ventilação natural, circulação dos moradores e sistemas de drenagem.
“Os clientes pediram um jardim exuberante e prático, com volumes marcantes integrados de forma orgânica à declividade do terreno e aos grandes vazios arquitetônicos. Usamos 19 espécies de plantas, com destaque para as Palmeiras Washingtonia, Alpinia Vermelha, Guaimbê, Maranta Charuto, Palmeira Carpentaria e Veitcha”, acrescenta ela.

Na área da piscina – criada para lazer e confraternização com amigos e família -, o casal solicitou um elemento paisagístico de personalidade e amplas áreas gramadas para reforçar a sensação de liberdade ao ar livre. “Aqui destaco a Dracena Pena de Índio, de coloração roxa e porte alto”, comenta Flávia.
Um dos desafios do projeto foi valorizar os espaços sob os deques elevados nas fachadas, que poderiam facilmente se tornar áreas vazias. A solução foi criar um paisagismo que preenchesse naturalmente esses vãos, com composições orgânicas de espécies que evitam a sensação de abandono.
Flávia ainda usou o volume do paisagismo para esconder um pequeno muro de arrimo que ficava visível na fachada da esquina da residência. Já nas áreas com janelões, a solução foi apostar em palmeiras e maciços de folhagens com alturas diferentes, para garantir mais privacidade. Um bom exemplo é o maciço baixo de Viburnos, que acompanha a frente do guarda-corpo de vidro da varanda.