A Jezzus é uma pizzaria, mas na nova morada é também uma padaria e pastelaria

À segunda casa, perto da Avenida da Liberdade, a Jezzus traz grandes novidades e às pizzas juntou-se uma carta de pequeno-almoço e brunch.

Mar 15, 2025 - 13:40
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A Jezzus é uma pizzaria, mas na nova morada é também uma padaria e pastelaria
A Jezzus é uma pizzaria, mas na nova morada é também uma padaria e pastelaria

Desde que abriu em 2023 nos Anjos que a Jezzus anunciava nos seus toldos cor-de-rosa “Pizza, bread and wine”. A pizza e o vinho nunca faltaram, mas o pão não era ainda uma vertente do negócio. “Algumas pessoas perguntavam-nos: onde está o pão? E nós explicávamos que o pão era a pizza em si.” Até agora. Dois anos depois, a Jezzus ganhou uma segunda casa, que abre logo pela manhã com pão fresco e padaria. Fica na Rua de Santa Marta, junto à Avenida da Liberdade. 

Jezzus
Rita Chantre

É, aliás, a montra do pão, dos croissants, dos cinnamon rolls e dos cruffins que chama logo à atenção. Alinhados estrategicamente, não há um que não seja vistoso. É tudo feito ali com uma atenção redobrada à escolha dos produtos. “Quisemos criar aqui algumas referências e coisas novas também”, começa por dizer Diogo Jesus, sócio do grupo de restauração familiar Alfredo Jesus, que além da Jezzus gere outros negócios na cidade, como a Leitaria Lisboa ou a marisqueira Verde Mar. “Nós tínhamos este espaço, que estava fechado desde o Covid, e achámos que seria oportuno abrir aqui, depois do conceito estar todo consolidado na outra loja – o que ainda demorou um bocado”, continua. “Agora que está tudo mais afinado, já podemos abrir aqui e a ideia desde o início era ter a parte de padaria. Depois pensámos porque não ter a também pastelaria. Se temos uma mini fábrica de pão, também podemos ter de pastelaria.”

Jezzus Santa Marta
Rita Chantre

O objectivo, contudo, sempre foi fugir à oferta tradicional, conta o responsável. “Estamos a resistir muito a ter o croissant com fiambre e queijo e para já tem estado ok, mas não quer dizer que no futuro não o tenhamos. Não queremos é começar a divergir, senão depois do nada temos aqui pão de deus, pastel de nata e a ideia é mesmo ter algo diferenciador”, justifica Diogo Jesus. 

A exigência que haviam aplicado às pizzas, de massa mãe, aplicam agora a tudo o resto. O croissant, por exemplo, é francês, feito com manteiga francesa. “É primordial ter uma boa massa folhada”, atesta. E até chegar à receita final foram precisos muitos testes. “Não há máquinas, é tudo feito à mão”, reforça, dando também o exemplo do croissant de pistáchio (3€), cujo recheio é feito em casa, assim como a ganache de chocolate do cruffin de chocolate (3€). “E, agora, aos poucos, vamos diversificando a pastelaria, ver o que as pessoas pedem.”

Jezzus Santa Marta
Rita Chantre

Junta-se a isto uma carta de pequenos-almoços e brunches, aproveitando-se o facto de finalmente existir uma cozinha com espaço. “Já que temos alguém na cozinha a manhã toda e já que temos estes produtos aqui, porque não?” Por alguém na cozinha, Diogo refere-se a Francisca Farinha, para quem este não é um universo estranho, não tivesse vindo da Crouton, na Rua de São Bento, onde se faz precisamente pão e pizza. "Quando me falaram do conceito, eu percebi que seria essencial usar os produtos que produzimos na padaria. A base estava dentro de casa, é óptimo”, exalta a chef. “Depois, foi só manter a filosofia já da outra Jezzus, que é usar os produtos portugueses e manter a relação com os fornecedores. O queijo de cabra é da Ortodoxo, o fiambre é do Talho das Manas... É não trabalhá-lo demasiado porque o produto fala por si”, explica.  

Jezzus Santa Marta
Rita Chantre

É até ao meio-dia que a carta de pequeno-almoço funciona e é aí que se encontram algumas das grandes novidades como o brioche de ovo e papada de porco preto (8€), a tosta de ricota de queijo de cabra e pêra (8,50€), o croque monsieur “aka tosta mística” (9,50€) ou os ovos cocotte servidos com torradas (8€). Já entre as 11.30 e as 18.30, fica também disponível a carta de sandes e focaccias – há uma com presunto de porco preto alentejano com 30 meses de cura (11€) e há um brioche com chambão (10€). “Optámos por não usar abacates, salmão, porque são coisas que, além de não serem nada sustentáveis, existem em todas as casas de brunch”, elucida Francisca.

Jezzus
Rita ChantreCroque monsieur

E mesmo as pizzas levaram o input da chef. “Desde o início que houve abertura para a Francisca fazer o que quiser e a Francisca percebeu também o que era preciso. Nós apenas fomos dando feedback”, diz Diogo. A pizza Bulhão Pato (16€), por exemplo, nos Anjos desde o início, foi aprimorada. “Nós achávamos que podia estar melhor e a Francisca fez, como aconteceu também com a pizza de camarão ao alhinho [15€].”

Com o tempo, e respondendo à estação, o menu sofrerá alterações. “No pequeno-almoço, se calhar faz sentido tirar alguns pratos que não saem tanto e se calhar adicionar outros que fazem mais sentido. Se calhar, na altura dos figos [devemos] ter, em vez de pêra, alguma coisa com figos e presunto. [Na carta de] almoço também acho que temos uma massa de abóbora [13€] agora, que em Abril já não fará sentido”, exemplifica. 

Jezzus
Rita ChantreDiogo Jesus e Francisca Farinha

E há ainda as sobremesas, além da pastelaria, onde se destaca uma rabanada com coalhada de iogurte, maçã e raspa de lima (6€). 

Mas as novidades não se ficam apenas pelas manhãs. Para o final de tarde/noite, há uma nova aposta numa carta forte de cocktails. No final, o que interessa é que quem chega, independentemente da hora, queira ficar.

Rua de Santa Marta 49A (Avenida). 21 314 0156. Seg-Dom 08.30-00.00