Jazz em Agosto apresenta cartaz com Rafael Toral e MOPCUT em destaque

O festival de jazz da Gulbenkian acontece no Anfiteatro ao Ar Livre e conta com uma grande variedade de artistas nacionais e internacionais.

Apr 24, 2025 - 12:45
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Jazz em Agosto apresenta cartaz com Rafael Toral e MOPCUT em destaque
Jazz em Agosto apresenta cartaz com Rafael Toral e MOPCUT em destaque

Entre os dias 1 e 10 de Agosto, o Jazz em Agosto regressa ao Anfiteatro ao Ar Livre da Gulbenkian para a sua 41.ª edição. Este ano, estão em destaque Rafael Toral, a apresentar o aclamado Spectral Evolution, e a colaboração entre MOPCUT, Moor Mother e Dälek, em estreia mundial. 

No dia 2, o multi-instrumentista português – que passou por grupos como Pop Dell'Arte e colaborou com projectos como Sonic Youth  e Jim O'Rourke – apresenta-se no Auditório 2 com um concerto em que mostra o trabalho que tem desenvolvido desde que voltou a fazer música com guitarra. Toral vai tocar Spectral Evolution, disco lançado em 2024, que foi considerado o segundo melhor álbum de 2024 para a revista The Wire, sétimo para o blogue The Quietus e 14.º para a Pitchfork. 

A 6 de Agosto, o Jazz em Agosto – que conta com a direcção artística, a cargo de José Pinto e Rui Neves – vai receber uma colaboração inédita. MOPCUT (formado em 2018 por Audrey Chen, Julien Desprez e Lukas König) sobe ao palco com dois convidados especiais: a vocalista e activista Moor Mother e o rapper experimental Dälek. Neste espectáculo, será apresentado o mais recente disco do trio, RYOK (lançado a 2 de Maio e que conta com a participação destes dois artistas). O som deste grupo é uma fusão impossível de classificar e durante o concerto existirá muito espaço para a improvisação. 

Mas, antes de chegarmos a estes artistas, a inauguração do festival acontece ao som de Heart Trio, composto por contrabaixista William Parker com Cooper-Moore e Hamid Drake. Neste projecto, as influências africanas e orientais são canalizadas para uma música espiritual, interpretada com a ajuda de instrumentos tradicionais (como o ngoni, o shakuhachi, o duduk) ou de objectos criados pelos próprios.

A pianista canadiana Kris Davis vai actuar com o seu novo trio – depois de uma década sem gravar neste formato –, para apresentar Run the Gauntlet (2024). Este disco é um tributo a seis mulheres (Geri Allen, Carla Bley, Marilyn Crispell, Angelica Sanchez, Sylvie Courvoisier e Renee Rosnes) que influenciaram o percurso da artista. 

Numa demonstração daquilo que é a evolução do jazz enquanto forma de expressão e também da forma de fazer este estilo musical, haverá (em estreia nacional) Mariam Rezaei, que utiliza o gira-discos como o principal instrumento de criação musical. Esta abordagem experimental é ainda acompanhada por uma guitarra, um sintetizador e uma bateria.  

Darius Jones está de regresso ao festival para apresentar Legend of e’Boi (The Hypervigilant Eye). Este é o sétimo capítulo da série Man’ish Boy, o saxofonista aborda a saúde mental da população negra e a superação de um trauma colectivo através de terapia, do apoio comunitário e da expressão artística. 

Entre os nomes nacionais, o trompetista Luís Vicente apresenta-se com um trio de eleição e composições que exploram os limites da improvisação e da estrutura; enquanto João Próspero apresenta Sopros (2024), um disco que é inspirado pelo universo do escritor japonês Haruki Murakami.

Nos últimos dias do festival, sobem ao palco os irreverentes Ahleuchatistas 3, Shane Parish em registo acústico, o trio Thumbscrew e o duo Elias Stemeseder & Christian Lillinger com Antumbra, uma viagem distópica entre o jazz e a electrónica. O encerramento fica por conta do septeto de Patricia Brennan.

Fundação Calouste Gulbenkian. 1-10 Ago. 10€-20€