Dia Internacional das Mulheres: 6 inventoras que fizeram história, mas foram esquecidas
Conheça a história de mulheres que tiveram grandes invenções, como o Wi-Fi e GPS, mas foram apagadas da história e não receberam o devido reconhecimento

Hedy Lamarr, Rosalind Franklin e Gladys West desenvolveram invenções que transformaram o mundo. Por causa delas, nossas vidas foram facilitadas, muitas pessoas enriqueceram e o futuro mudou. Nem por isso essas mulheres receberam aplausos ou reconhecimento. É que, historicamente, as invenções delas foram atribuídas aos homens ou, muitas vezes, não foram lembradas como criações do sexo feminino.
Se você pesquisar, vai descobrir que o Wi-Fi, GPS e até o jogo de tabuleiro Banco Imobiliário são invenções de mulheres. A internet ajudou a divulgar essa informação, mas as ideias inovadoras desse grupo ainda não são aproveitadas como deveriam.
As mulheres integram menos de 13% dos pedidos de patente no mundo, segundo um estudo do Instituto de Propriedade Intelectual do Reino Unido (IPO), de 2019. Ou seja, existe uma mulher inventora para cada sete homens. A proporção melhorou, mas só haverá equidade, se continuar nesse ritmo, em 2070.
Por isso, no Dia Internacional da Mulher, confira a história de 6 inventoras que transformaram suas áreas.
Hedy Lamarr, atriz e criadora do Wi-Fi

Nascida na Áustria, a atriz Hedy Lamarr ganhou fama com o filme Êxtase, de 1933, depois de aparecer nua e simular um orgasmo. Seu marido ficou com ciúmes e pagou uma fortuna para tentar acabar com o filme, o que causou um divórcio turbulento. Ela se casou novamente, desta vez com um homem da elite nazista. Seu parceiro a mantinha trancada em casa, causando repulsa e revolta. Só em 1937 que ela conseguiu sair da Alemanha.
Em Hollywood, Hedy voltou a se dedicar às artes cênicas e conheceu diversas pessoas, como George Antheil, seu vizinho. Eles desenvolveram um aparelho de interferência de rádio para despistar radares nazistas. O Departamento de Guerra dos Estados Unidos recebeu a ideia em 1942, mas ignorou até 1962, quando resolveu usá-la nas inserções norte-americanas em Cuba.
Hedy recebeu um prêmio da Electronic Frontier, em 1997, pela invenção, que estava com a patente expirada. Um ano depois, a Ottawa Wirelles Tecnology adquiriu 49% da ideia, utilizando o projeto para o desenvolvimento de tecnologias de comunicação, como as conexões Wi-Fi. Hedy, porém, não ganhou dinheiro por isso, vivendo até os 86 anos em Orlando.
Mirthes Bernardes, inventou o piso paulista e não recebeu nada por isso

Mirthes Bernardes é a criadora do icônico piso paulista, mas nunca recebeu nada por esse trabalho. Na década de 1960, ela trabalhava como desenhista na Secretaria de Obras do município quando o prefeito Faria Lima decidiu padronizar as calçadas da cidade. Para isso, criou um concurso de desenho. Mirthes desenhou um padrão geométrico baseado no mapa de São Paulo e nas calçadas cariocas, sendo a escolhida pelo júri popular.
A desenhista faleceu em 2020, aos 87 anos, depois de tentar receber um retorno financeiro pela criação por mais de cinco décadas. “Faz 50 anos que eu estou lutando. Não consegui nada, nem um alô. Eu acho que eu merecia”, afirmou à Folha de S. Paulo, em 2015. A padronagem virou estampa de canecas, blusas e quadros, mas não é lembrada como uma criação de Mirthes.
Rosalind Franklin, descobriu o formato do DNA e foi injustiçada

Nascida em 1920, Rosalind Franklin descobriu o formato da molécula do DNA e é considerada uma das cientistas mais injustiçadas da história. Isso porque, um trio de cientistas homens, James Dewey Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins receberam o Prêmio Nobel pela descoberta e ela só foi ter reconhecimento depois de sua morte.
Rosalind é a autora da “fotografia 51”, um registro com boa qualidade da molécula. Sua foto foi compartilhada sem autorização e levou os cientistas à conclusão sobre o DNA. Ela não recebeu os créditos e chegou a ser chamada de bruxa por seus colegas em uma carta.
Gladys West, criou o GPS e só teve o reconhecimento aos 88 anos

Seja para defender o território ou dar um match no aplicativo, o GPS é usado – e isso só é possível graças a Gladys West. Nascida em 1930, na Virginia (EUA), ela ganhou uma bolsa de estudos e fez graduação de matemática. Gladys se tornou especialista em sistemas de larga escala para computadores e processamento de dados, com a intenção de analisar as informações coletadas por satélites.
Ela programou um computador para calcular o geoide da Terra, ou seja, a forma do planeta, com uma precisão que possibilitaria a existência do GPS. Glady ainda criou um guia para aprimorar os estudos baseados nas informações dos satélites. Mas foi apenas em 2018, aos 88 anos, que ela recebeu uma homenagem, ao ser incluída no Hall da Fama dos Pioneiros do Espaço e Mísseis da Força Aérea dos Estados Unidos.
“Senti orgulho de mim mesma como mulher. Mas, como mulher negra, isso é outro nível em que você tem que se provar para uma sociedade que não te aceita pelo que você é. O que fiz foi continuar tentando provar que era tão boa quanto você [pessoa branca]. Não há diferença no trabalho que podemos fazer”, disse Gladys Mae West, em entrevista ao The Guardian em 2020.
Valerie Thomas, desenvolveu o 3D

Se hoje o 3D existe, é graças a Valerie Thomas. A inventora desenvolveu um aparelho transmissor de ilusão em 1978, conseguindo criar, transmitir e receber imagens 3D de um objeto em tempo real. Hoje, seu trabalho é útil em salas cirúrgicas, no desenvolvimento de televisões e na NASA.
Ada Lovelace, a primeira programadora do mundo

Quase 100 anos se passaram, após a morte de Ada Lovelace, até que seu projeto fosse reconhecido. Ela escreveu o primeiro algoritmo de computador da história, no século 19, quando trabalhava com o matemático britânico Charles Babbage na máquina analítica, que não chegou a ser concluída pelas limitações tecnológicas da época. Agora, ela é reconhecida como a primeira programadora do mundo.
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