Quais exames a mulher precisa fazer em cada fase da vida?

O Dia Internacional da Mulher também é uma oportunidade de falar sobre prevenção de doenças em todas as faixas etárias

Mar 8, 2025 - 11:47
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Quais exames a mulher precisa fazer em cada fase da vida?

Toda mulher precisa fazer exames. É assim com qualquer pessoa, claro, mas existem alguns testes médicos específicos para elas. Cada faixa etária possui indicações, considerando a vulnerabilidade de cada idade, e é essencial segui-las para a manutenção da saúde feminina. Muita gente, porém, não sabe que precisa fazer estes exames ao longo da vida, esperando um sintoma sério aparecer para procurar a causa.

“Os exames complementares, como análises laboratoriais, exames de imagem e testes preventivos, fornecem informações que ajudam a confirmar ou descartar hipóteses diagnósticas​”, explica Flávia Purcino, médica ginecologista e mastologista. Mas ela traz um alerta: eles são adicionais, não substituem anamnese e exame físico cuidadoso.

Se por um lado a solicitação desses exames não deve ser feita de forma desenfreada, por outro os médicos não podem ser omissos com achados clínicos e fatores de risco. O acompanhamento individualizado é importante para que os exames preventivos sejam feitos na frequência correta, seguindo as condições de faixa etária e condição.

Abaixo, você confere qual avaliação clínica precisa em cada idade.

Exames que as meninas devem fazer na infância

“Na infância, o foco principal é o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, incluindo consultas pediátricas regulares”, diz Flávia. Embora exames específicos de rotina não sejam necessários, alguns podem ser indicados dependendo do histórico familiar e sintomas apresentados. De acordo com Flávia, os principais são:

  • Hemograma e exames bioquímicos (como glicemia e perfil lipídico), caso haja suspeita de anemia, desnutrição ou fatores de risco para doenças metabólicas.
  • Exames hormonais em casos de puberdade precoce ou atrasada.
  • Exames de urina e fezes, quando há sintomas como infecções urinárias recorrentes ou problemas gastrointestinais.
  • Ultrassom pélvico pode ser indicado em casos de puberdade precoce ou suspeita de alguma alteração ginecológica.
  • A vacinação também é essencial nessa fase, incluindo a contra o HPV, recomendada a partir dos 9 anos.

Exames que meninas devem fazer na adolescência

“A adolescência é um período de mudanças hormonais e crescimento acelerado, e o acompanhamento médico deve ser regular”, afirma a médica. É nesse período que as pessoas geralmente começam a vida sexual, e o ginecologista é fundamental para manter a saúde. 

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“Ele serve para o aconselhamento sobre planejamento familiar, métodos contranceptivos, sexo seguro”, explica Katia Piton Serra. professora de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic. Ela também recomenda conversar com um hebiatra, especialistas em adolescentes. Veja os principais exames, segundo Flávia:

  • Exames laboratoriais básicos (hemograma, glicemia, perfil lipídico, função tireoidiana), conforme necessidade individual.
  • Exames ginecológicos: o Papanicolau não é necessário antes dos 25 anos, segundo as diretrizes do Ministério da Saúde e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, mas a primeira consulta ginecológica deve ocorrer na adolescência para orientações sobre saúde menstrual, contracepção e prevenção de ISTs.
  • Testes para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como HIV, sífilis e hepatites, para adolescentes sexualmente ativas.
  • Nessa fase, reforça-se a importância da vacinação contra o HPV para a prevenção do câncer de colo do útero. Ela é gratuita no SUS e recomendada para meninos e meninas entre 9 e 14 anos.
Mulheres têm exames específicos de acordo com a idade
Acompanhamento individualizado é essencial para a saúde da mulherAntoni Shkraba/Pexels

Exames que as mulheres devem fazer a partir dos 25 anos

Na vida adulta, a mulher deve realizar exames preventivos regularmente. Flávia detalha os principais:

  • Papanicolau: deve ser feito a cada três anos para para rastreamento do câncer de colo do útero, depois de dois exames normais anuais consecutivos.
  • Exames laboratoriais: hemograma, glicemia, colesterol, função hepática e renal, conforme fatores de risco.
  • Sorologias para ISTs (HIV, sífilis, hepatites), especialmente se houver mudança de parceiro ou fatores de risco.
  • Ultrassom pélvico e mamário: indicado conforme necessidade, sintomas ou histórico familiar.
  • Avaliação da tireoide: indicada em casos de sintomas como mudanças inesperadas de peso e alterações menstruais.
  • Estimativa do risco para câncer de mama: recomenda-se avaliar o histórico familiar e fatores de risco para câncer de mama. Mulheres com histórico familiar significativo ou mutações genéticas conhecidas podem precisar de exames complementares, como mamografia e ressonância magnética de mamas a partir de 30 anos.
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A rotina de exames pode variar conforme o histórico pessoal e familiar, e o acompanhamento médico regular é necessário. “O importante para a mulher na fase adulta é ir ao ginecologista, que vai ouvir a história dela e identificar se há risco para qualquer tipo de câncer ginecológico ou para outra patologia. Costumo dizer que o ginecologista é o clínico da mulher”, pontua a professora de medicina.

Exames que as mulheres devem fazer depois dos 40 anos

Alguns exames para rastreamento precoce de doenças devem ser feitos a partir dos 40 anos. “Eles servem para procurar, entre as pessoas saudáveis, aquelas que possam apresentar a doença ou o risco para doença, como o câncer de mama”, diz Kátia. Os exames mais importantes, segundo Flávia, incluem:

  • Mamografia: deve ser feita anualmente, conforme diretrizes da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
  • Papanicolau: mantido conforme protocolo até os 64 anos, se os últimos exames estiverem normais.
  • Colonoscopia ou pesquisa de sangue oculto nas fezes: a partir dos 45 anos, para rastreamento do câncer de cólon.
  • Densitometria óssea: indicada para mulheres com fatores de risco para osteoporose ou a partir dos 65 anos.
  • Endoscopia digestiva: pode ser indicada para avaliação de refluxo persistente, úlceras ou sintomas gástricos.
  • Check-up cardiológico: inclui avaliação da pressão arterial, perfil lipídico e exames de função cardíaca, já que o risco cardiovascular aumenta após a menopausa.

“A individualização do rastreamento é fundamental, considerando fatores de risco e histórico familiar”, acrescenta a médica.

Como saber se alguns desses exames precisam ser feitos antes?

“A recomendação padrão se baseia no rastreamento populacional e nos protocolos mais recentes de sociedades médica, mas alguns exames podem ser antecipados em casos específicos. A individualização dos cuidados é essencial. Por isso, a recomendação é sempre ter acompanhamento médico regular para avaliar a necessidade de antecipação de exames”, responde Flávia.

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