Luísa Perissé e o DNA da comédia: arte, personalidade e um hit de Carnaval

Criada entre os palcos e os bastidores, Luísa Périssé cresceu cercada pelo humor e pela arte. Filha de Heloísa Périssé e Lug de Paula, e neta de Chico Anysio, ela carrega no DNA a veia cômica, mas nunca quis se prender apenas ao que seu sobrenome representa. Em vez disso, tem trilhado seu próprio caminho. […] O post Luísa Perissé e o DNA da comédia: arte, personalidade e um hit de Carnaval apareceu primeiro em Harper's Bazaar » Moda, beleza e estilo de vida em um só site.

Feb 28, 2025 - 21:27
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Luísa Perissé e o DNA da comédia: arte, personalidade e um hit de Carnaval

Luísa Perissé – Foto: Veronica Peixoto

Criada entre os palcos e os bastidores, Luísa Périssé cresceu cercada pelo humor e pela arte. Filha de Heloísa Périssé e Lug de Paula, e neta de Chico Anysio, ela carrega no DNA a veia cômica, mas nunca quis se prender apenas ao que seu sobrenome representa. Em vez disso, tem trilhado seu próprio caminho. Recentemente, viralizou nas redes sociais após sua música se tornar um hit do Carnaval. Na entrevista para BAZAAR, Luísa relembra momentos marcantes com o avô, fala sobre as referências que ajudaram a moldar sua identidade artística e revela os próximos passos de sua trajetória. Confira!

Harper’s Bazaar Brasil – Você é filha de Heloísa Périssé com Lug de Paula e neta de Chico Anysio. Como essa herança artística influencia sua carreira?

Luísa Périssé – Minha maior influência foi ter vivido tudo isso de perto. Desde pequena, acompanhava minha mãe e minha tia Ingrid Guimarães, que é minha madrinha, em viagens pelo Brasil inteiro. Com quatro anos, já acordava de madrugada para ir aos ensaios, então cresci nos bastidores do teatro. Via de perto figurinos, perucas, todo aquele universo, que para mim parecia uma grande brincadeira. O teatro, no fundo, é isso: uma brincadeira muito séria. E quando se está imerso desde cedo, especialmente tendo um espírito naturalmente criativo e brincalhão, é difícil não querer seguir esse caminho.

HP – Você sente alguma cobrança por ser parte de uma família tão importante para a cultura nacional?

Luísa Périssé – Hoje, depois de dez anos de terapia, consigo lidar muito melhor com isso de vir de uma família de artistas. Compreendi que cada um tem sua trajetória e sua essência. Muita gente diz que sou muito parecida com minha mãe, mas não vejo tanto essa semelhança. Acho que as pessoas fazem essa associação porque somos mulheres no humor, mas nossos estilos são bem diferentes. Na verdade, sempre me enxerguei muito mais parecida com meu avô, Chico. No passado, talvez sentisse uma certa pressão, mas hoje não vejo mais dessa forma.

Luísa Perissé – Foto: Veronica Peixoto

HB – Qual foi a reação dos seus pais quando decidiu se tornar comediante?

Luísa Périssé – Acho que eles ficaram aliviados! Desde criança, eu já era assim. Se um dia eu dissesse que faria medicina, minha mãe provavelmente surtaria: “Tem certeza, Luiza? Isso tem a ver com você, minha filha?” Sempre fui a palhaça da turma, imitava professores, inventava piadas, criava músicas para decorar matérias (apesar de não funcionarem muito bem, eu tentava). No fundo, acho que ser comediante não é uma escolha — essa profissão te escolhe. Então, para meus pais, foi algo natural.

HB – Como era o convívio com seu avô, Chico Anysio?

Luísa Périssé – Maravilhoso! Nós éramos muito próximos, completamente apaixonados um pelo outro. Passava longas temporadas na casa dele, especialmente nas férias. Meu avô até compôs músicas para mim. Ele tinha uma banda, os Baianos e os Novos Caetanos, que fazia paródias incríveis. Além disso, adorávamos pintar juntos no ateliê dele. Ele me deu um cavalete, tintas e quadros para que eu continuasse a pintar em casa. Nossa relação era de muita cumplicidade e carinho.

HB- Quais personagens do Chico Anysio você mais admira? De que forma ele influenciou sua trajetória como comediante?

Luísa Périssé – O Professor Raimundo, sem dúvidas! Icônico, né? Foi o personagem com quem tive mais contato, porque tanto meu pai quanto minha mãe trabalhavam na Escolinha do Professor Raimundo. Então, aquilo fazia parte da minha rotina. Mas uma das últimas vezes que vi meu avô atuando foi interpretando Bento Carneiro, com meu pai fazendo uma participação como Calunga. Eu era criança e lembro de assistir à gravação ao vivo. Foi um momento marcante para mim, ali percebi o quão grandioso ele era.

HB – Sucesso do Trap do Trepa Trepa: Sua música viralizou e se tornou um hit do Carnaval de 2025. Como está lidando com essa repercussão?

Luísa Périssé – Gente, eu também estou chocada! Trepa Trepa Trepa começou como uma brincadeira, um meme enquanto jogávamos cartas em casa, e do nada viralizou. O Brasil ama uma zoeira, né? De repente, vi todo mundo cantando, fui ao estúdio do Dennis e ele estava lá, falando “Trepa Trepa Trepa” do meu lado. Eu não acreditava! Parecia um sonho. Mas, apesar disso, não me vejo como cantora. Sou atriz e comediante. Minhas músicas são uma grande brincadeira, um desdobramento da comédia. Tenho várias outras composições e quero lançar, mas sempre com esse espírito divertido.

Luísa Perissé – Foto: Veronica Peixoto

HB – Quais são os próximos passos? Há novos projetos ou colaborações que possa compartilhar?

Luísa Périssé – Tenho vários projetos! Estou trabalhando com meu namorado, com um grande elenco, sozinha, com amigos… Minha peça Camareiras está em cartaz, inclusive hoje é o último dia! Quem quiser assistir, estamos no Shopping da Gávea, às 20h. É uma comédia musical que escrevi junto com minha amiga. Além disso, preciso entender esse novo momento, porque até um tarô me disse, no início do ano, que eu entraria na música. Nunca imaginei! Mas, por enquanto, é isso que posso contar.

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