Fim do suspense! Fernanda Torres veste Chanel no Oscar
Fernanda Torres escolheu um look Chanel para cruzar o tapete vermelho do Oscar, reforçando a estética sofisticada e autêntica que tem marcado suas aparições. A atriz concorre à cobiçada estatueta dourada na categoria de “Melhor Atriz”, pelo filme “Ainda Estou Aqui”, que também foi indicado a “Melhor Filme” e “Melhor Filme Internacional”. A peça, vinda […] O post Fim do suspense! Fernanda Torres veste Chanel no Oscar apareceu primeiro em Harper's Bazaar » Moda, beleza e estilo de vida em um só site.

Fernanda Torres escolheu um look Chanel para cruzar o tapete vermelho do Oscar, reforçando a estética sofisticada e autêntica que tem marcado suas aparições. A atriz concorre à cobiçada estatueta dourada na categoria de “Melhor Atriz”, pelo filme “Ainda Estou Aqui”, que também foi indicado a “Melhor Filme” e “Melhor Filme Internacional”. A peça, vinda diretamente do último desfile de alta costura da maison francesa, traduz com precisão a construção de estilo da atriz, que passa longe de obviedades.
Em entrevista à BAZAAR, seu stylist, Antonio Frajado, compartilhou detalhes sobre a escolha do vestido, o processo criativo por trás do look e a relação de Fernanda com a moda. Leia a conversa completa a seguir.
Harper’s Bazaar Brasil – Você e a Fernanda trabalham juntos há muitos anos. Como define o estilo dela?
Antonio Frajado – O estilo da Fernanda é algo que não consigo definir exatamente. Não consigo te dar uma referência direta, mas acredito que o termo que mais se aproxima seria “intelectual”. Acho que não há uma intenção do look de representar algo específico. Ele está completamente distante de qualquer necessidade de parecer sexy ou mais jovem. O mais importante é transmitir a sensação de profundidade.
HB – Talvez ela seja minimalista?
AF – Muitas matérias já classificaram seu estilo como minimalista, mas nem sempre ele segue essa linha. Diria que é mais voltado para um viés intelectual. A roupa precisa ter uma aparência inteligente. Parece engraçado falar assim, mas é isso.
HB – Fernanda está vivendo um momento especial, participando das principais premiações do mundo. Como é para você vê-la nesse espaço e saber que faz parte desse percurso?
AF – Faço parte do percurso porque estou vestindo ela, mas Fernanda chegou lá por mérito próprio. Mesmo que estivesse usando outra roupa, estaria nos mesmos eventos, com as mesmas indicações. O que a levou até esse momento foi seu talento e desempenho.
Agora, acho que ela vem recebendo mais atenção no meio da moda pela forma como conduzimos sua campanha. Digo “nós” porque foi realmente um trabalho em dupla: eu e Fernanda decidimos juntos cada look. É emocionante perceber esse apoio coletivo.
Fernanda está vivendo um momento histórico, e poder estar ao lado dela nisso é um privilégio enorme. Assim como Fernanda Montenegro nos anos 90, esse momento já entrou para a história do nosso cinema.
HB – E você acha que a Fernanda se tornou um ícone fashion?
AF – Não acho que o objetivo dela era se tornar um fashion icon, mas, de certa forma, isso aconteceu. Nosso foco sempre foi alinhar os looks ao filme e ao contexto das premiações. O reconhecimento na moda veio como uma consequência natural desse processo.
HB – Existe alguma história curiosa ou marcante dos bastidores dessas premiações que possa compartilhar?
AF – As correrias de sempre! O vestido do Globo de Ouro, por exemplo, chegou no dia 3 de janeiro, no fim do dia. Marcas entraram e saíram do processo, ajustes de última hora aconteceram. O ritmo foi desenfreado. No Globo de Ouro passei dias com o coração na boca. Peguei um voo do Brasil no dia 2 de janeiro para chegar lá no dia 3, e o vestido ainda não tinha chegado nem havia informações exatas sobre onde estava. Foi um período de muita ansiedade.
HB – Quais foram as inspirações e os desafios na construção dos looks para esses eventos?
AF – A inspiração não veio exatamente da moda, mas sim do filme e da narrativa que queríamos construir. Nosso objetivo era respeitar a essência da história e criar um visual coerente com o projeto. Os looks precisavam ser discretos e elegantes, sem excessos. Qualquer roupa que parecesse muito elaborada ou que trouxesse informação de moda antes de qualquer outra coisa não funcionava para essa campanha. Com o tempo, essa lógica se tornou intuitiva. Depois de meses trabalhando juntos, eu já sabia que certas marcas não faziam sentido para o que estávamos buscando. A estética planejada se incorporou naturalmente ao processo. Toda a construção passou por esse mesmo recorte de discrição e elegância.
HB – Como foi a escolha da Chanel para o Oscar?
AF – A Chanel cresceu naturalmente dentro dessa campanha. Algo impressionante aconteceu: toda roupa da marca que chegava para Fernanda vestia perfeitamente, sem necessidade de ajustes. Isso facilitava muito. Imagine estar na correria de uma premiação, experimentar uma peça e ela se encaixar de imediato? Para alguém prática como Fernanda, isso era um grande diferencial.
HB – A presença da Fernanda no desfile de alta-costura mudou o rumo das ideias?
AF – A relação com a marca foi se fortalecendo e, quando chegou o momento do Oscar, já havia um vínculo. Durante a semana de alta-costura, Fernanda assistiu ao desfile da Chanel e, ao mesmo tempo, eu acompanhava pela internet. Vimos o mesmo vestido e ambos pensamos: “Esse tem potencial.”
HB – E como foi a escolha depois desse momento de transição de pensamento entre vocês?
AF – No mesmo dia, Fernanda foi levada diretamente do desfile para o ateliê da Chanel, onde provou as opções. O primeiro vestido que testou era lindo, mas não o que tínhamos em mente. Quando experimentou o que escolhemos, ficou perfeito.
Era a peça recém-desfilada, feita para uma modelo de 1,80m, provavelmente décadas mais jovem que Fernanda, e, ainda assim, serviu como uma luva. Foi um bingo imediato. A Chanel refez o vestido sob medida, mas já sabíamos que era o escolhido.
HB – Pode contar um pouco sobre o processo de montagem desse look específico para o Oscar? O que ele representa para a Fernanda e para você?
AF – Acho que o Oscar é nossa linha de chegada, o momento final dessa trajetória. Ao longo da campanha, seguimos uma estética mais austera, às vezes até severa, com looks mais rígidos e sóbrios. Essa era a intenção. Mas, para o Oscar, pensamos: “Podemos manter essa identidade, mas agora é hora de trazer um pouco mais de sonho, um toque a mais de glamour.”
HB – E como a escolha desse vestido uniu todas as ideias de vocês?
AF – Esse vestido equilibra perfeitamente o que queríamos. A parte de cima continua fechada, mantendo certa rigidez, mas, logo abaixo, temos a explosão das plumas, o movimento do tecido, a fluidez do georgette e do joaçande. Ele carrega a narrativa construída até aqui, mas também abraça o brilho do Oscar. Dessa vez, resolvemos adicionar um pouco mais de exagero, um toque extra de diversão. Afinal, chegamos ao Oscar, o momento que todos estavam torcendo e sonhando junto com a gente. Então, nada mais justo do que marcar essa chegada com mais informação e presença. Esse foi o pensamento por trás da escolha desse look.
HB – O que significa para você ver a Fernanda no Oscar vestindo um styling criado por você?
AF – “Me sinto o Pikachu!” (risos). Brincadeiras à parte, acho que nada mais incrível poderia acontecer na minha vida profissional. Para qualquer stylist do Brasil, estar no Oscar com um trabalho autoral é algo muito especial. Sinto um privilégio enorme por poder colaborar com esse momento. Insisto em dizer: é um momento histórico. Independentemente do resultado, o simples fato de estar ali já é motivo de imensa celebração.O Brasil inteiro está torcendo, e eu faço parte disso. Sou a pessoa que vai fechar o zíper do vestido da Fernanda antes dela sair para o Oscar. Poder ser esse apoio e viver tudo isso ao lado dela é algo pelo qual sou imensamente grato. Me sinto privilegiado. Simples assim.
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