5 mulheres que estão revolucionando o cenário artístico
Através das obras de arte, da curadoria e da organização de grupo de apoio, elas quebram padrões e incluem novas narrativas no meio cultural

É fato que a arte está em constante mudança, seja na inclusão de novas narrativas ou pela inclusão de novas tecnologias no processo de trabalho. E em um planeta historicamente dominado por homens, é preciso celebrar e acompanhar as mulheres que ocupam esse espaço – já que, além da diversidade, elas expandem as temáticas e inovam dentro do cenário cultural.
Com linguagens únicas e abordagens originais, elas ressignificam materiais, exploram novas estéticas e criam diálogos profundos entre feminismo, política, estética e questões sociais. Abaixo, confira nomes incríveis e saiba onde conhecer o trabalho de cada uma delas:
Zanele Muholi
A artista nasceu em 1972, em Umlazi, Durban, durante o regime do apartheid na África do Sul. Ela estudou fotografia e passou a fazer reportagens que expunham episódios de violência. Em 2004, seu trabalho ganhou atenção nacional e logo passou a criar retratos e autorretratos que confrontam e subvertem os olhares e narrativas coloniais.
Agora, sua obra pode ser vista na exposição Beleza valente, primeira individual de Muholi no Brasil, exibida no IMS Paulista. Ao todo, são mais de 100 obras produzidas ao longo de sua carreira, de 2002 até hoje. O conjunto inclui fotos, vídeos e pinturas, além de uma escultura de bronze.
Serviço da exposição
Zanele Muholi: Beleza valente
Data: até 23 de junho
Local: Av. Paulista, 2424
Entrada gratuita
Larissa de Souza
Pinturas figurativas e delicadas que ressaltam as narrativas afro-diaspóricas. Assim pode ser definido o trabalho da artista autodidata. Suas obras carregam as histórias das mulheres de sua linhagem e a força de muitas outras, abordando temas como corpo, desejo, ancestralidade e memórias pessoais.
Além das imagens íntimas, Larissa também usa a fé e os fenômenos espirituais como ponto de partida para criar seu trabalho.
“Acredito que nós, seres humanos, assim como fazemos parte da natureza – e somos a natureza -, também possuímos poderes transformadores por meio da fé. E a fé de que falo não se refere estritamente ao sentido religioso. Há um mistério no fato de não sabermos a raiz de onde tudo começou”, comenta. Na mostra Fé Feitiço, na galeria Simões de Assis, a artista retrata alguns dos saberes que aprendeu durante sua infância.
Serviço da exposição
“Fé Feitiço”, exposição individual de Larissa de Souza
Data: até 1° de março
Local: Alameda Lorena, n° 2050
Entrada gratuita
Marina Bortoluzzi

A curadora e pesquisadora é fundadora do Women on Walls (WOW), uma plataforma colaborativa global voltada para o reconhecimento e a profissionalização de mulheres e pessoas não-binárias nas artes visuais.
Com milhares de profissionais cadastradas, ela promove conexões, oportunidades e editais remunerados, além de oferecer suporte educacional para artistas emergentes.
Ela também comanda a página Spiritual in Art, no Instagram, que trata da conexão do espiritual com a cultura. Marina é uma das responsáveis pela exposição Abrir espaço para o infinito, na WG Galeria. A mostra, que reúne trabalhos das artistas Dolores Orange, Julia da Mota e Tathyana Santiago, explora a relação entre corpo, cor e espaço por meio da pintura contemporânea.
Serviço da exposição
Abrir espaço para o infinito
Data: até 12 de abril
Local: Rua Araújo, 154, Mezanino, São Paulo – SP
Entrada gratuita
Mayara Ferrão
A artista baiana tem um trabalho que abrange diversas linguagens e formas experimentais, incluindo fotografia, ilustração, pintura e direção criativa e cênica. Sua produção busca explorar narrativas que enfatizam corpos negros, indígenas e dissidentes, utilizando tecnologias de imagem e vídeo para promover esses discursos.
Além disso, sua série Álbum de Desesquecimentos usa inteligência artificial para reimaginar registros históricos, criando representações de casais negros e indígenas no Brasil colonial. A obra integra a exposição Histórias LGBTQIA+, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP).
Serviço da exposição
Histórias LGBTQIA+
Data: até 13 de abril
Local: Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
Ingressos: R$ 75 (entrada); R$ 37 (meia-entrada)
Panmela Castro
Conhecida por seu trabalho na arte urbana e na arte de performance, Panmela faz um trabalho majoritariamente focado em questões de gênero, feminismo e violência contra a mulher.
Originalmente pichadora, sua trajetória artística se consolidou ao longo dos anos, levando suas obras a exposições e festivais em diversos países. Entre suas iniciativas mais importantes está a fundação da Rede NAMI, organização que promove o graffiti como saída para a marginalização. Uma de suas pinturas pode ser encontrada no Museu de Arte do Rio (MAR), na mostra Funk: um grito de ousadia e liberdade.
Serviço da exposição
Funk: um grito de ousadia e liberdade
Data: até 30 de março
Local: Praça Mauá, Centro – Rio de Janeiro
Ingressos: R$ 20 (entrada); R$ 10 (meia-entrada)
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