O filme que foi injustiçado pelo Oscar 2025 e você precisa assistir

Inspirado em uma história real, o drama conta como a arte pode transformar vidas

Feb 28, 2025 - 14:25
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O filme que foi injustiçado pelo Oscar 2025 e você precisa assistir

Nesta temporada de festivais, pude assistir a diversas produções impecáveis – e outras nem tanto. Um dos filmes que mais me chamou atenção nos últimos dias é Sing Sing, um drama dirigido por Greg Kwedar que narra como a arte pode gerar empatia, sensibilidade e mudança.

O longa, que está nos cinemas, segue Divine G, interpretado por Colman Domingo, um homem preso injustamente que encontra esperança ao integrar um grupo de teatro formado por outros detentos.

Ele concorre ao Oscar nas categorias de Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção Original. Porém, a Academia perdeu a oportunidade de indicá-lo a Melhor Filme. Abaixo, veja os porquês:

Roteiro cativante

Divine G encontra a esperança por meio de um grupo de teatro. De tempos em tempos, ele e outros colegas decoram e encenam peças clássicas uns para os outros. Esse é o meio que eles encontraram de sair de dentro de Sing Sing, uma penitenciária de segurança máxima localizada em Nova Iorque. 

Quando Divine Eye, vivido por Clarence Maclin, entra para o programa, as coisas ficam tensas. Isso porque ele encara o projeto com ceticismo, mas propõe uma nova dinâmica: pela primeira vez, criar uma exibição de comédia. Afinal, o drama já é um sentimento conhecido por aquelas pessoas e a necessidade de rir é latente. 

O enredo foca, portanto, nos conflitos individuais e como cada um usa aquele espaço como ferramenta para se curar de um ambiente hostil programado para individualizar o ser humano. 

Sing Sing

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Baseado em fatos reais

O Rehabilitation Through the Arts (RTA) é, de fato, real. A organização tem o objetivo de ressocializar as pessoas por meio da cultura, modelando uma abordagem de justiça baseada na dignidade humana e não na punição. Segundo dados, menos de 3% dos membros do RTA retornam à prisão.

Os atores, por sua vez, interpretam versões de si mesmos. Sean “Dino” Jonhson, Mosi Eagle, Patrick “Preme” Griffin, David “Dap” Giraudy, James “Big E” Williams e Clarence “Divine Eye” Maclin também viveram aquela realidade e toparam gravar o filme para dar um tom natural à obra. 

Obra lançada na prisão

Este é o primeiro longa da história a ser lançado nos cinemas e prisões ao mesmo tempo. Para isso, foi feita uma parceria entre A24, Rehabilitation Through the Arts (RTA) e Edovo, ONG que cria acessos educacionais para presos em mais de 1100 instalações correcionais nos Estados Unidos.

Inspirado em uma história real, o filme Sing Sing conta como a arte pode transformar vidas

Gravações reais

Em uma das cenas, os personagens estão treinando para atuar. Acontece que, na realidade, essas são fitas reais das audições que a produção usou para escolher o elenco.

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Salários igualitários

O salário de todos na produção, do cargo mais alto ao mais baixo, foi o mesmo. Os criadores se inspiraram no modelo já aplicado no filme independente “Jockey”, de 2021. 

A ideia é manter a equidade para que todos se sentissem valorizados e importantes do começo ao fim. O valor pago foi baseado em uma estimativa do SAG-AFTRA (sindicato que representa atores e profissionais midiáticos), que sugere um salário de acordo com o orçamento de produção.

Sensibilidade

Apesar do elenco ser majoritariamente composto por homens, ele evidencia a dificuldade que eles têm de se mostrarem vulneráveis e expressarem sentimentos. A arte, o teatro, a música e a literatura formam, portanto, um caminho para se abrir a sensibilidade e lidar com as cicatrizes que a vida pode criar. 

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