Na doBeco, em Santos, podemos ver a pastelaria a ser feita na hora
Depois da primeira, em Arroios, a doBeco abre uma segunda padaria, desta vez em Santos. A carta é a mesma, focada no brunch, mas o espaço é maior e a cozinha é visível da sala.


Os irmãos Lourenço e António Mello abriram a doBeco, em 2023, e desde então tem sido um sucesso. Faça chuva ou faça sol, a padaria em Arroios faz quase sempre fila, especialmente ao fim-de-semana. Há quem vá pela pastelaria e pelo café, e há quem vá pelo brunch e pelo ambiente. E, mais cedo ou mais tarde, seria de esperar que abrissem um segundo espaço. Assim foi. Em Outubro do ano passado deram a conhecer a doBeco de Santos, mais espaçosa e luminosa, onde a carta é exactamente a mesma, apoiada nos clássicos e também em novos pratos que chegarão com a Primavera.
Na verdade, este era para ter sido o lugar da primeira padaria de Lourenço e António, que contam com Diego Haupenthal como sócio, mas alguns atrasos na obra e no processo de licenciamento impossibilitaram a abertura em Santos. Acabaram por abrir primeiro na Rua Passos Manuel, em Arroios, no piso de cima do espaço onde já fabricavam o pão. Há cerca de quatro meses, com tudo finalizado na Rua de São João da Mata, a segunda doBeco abriu, finalmente, portas.
“Nós queríamos abrir aqui, porque somos desta área, somos desta zona, deste bairro. Já tínhamos estado no mercado [de São José] e tínhamos muitos clientes nesta zona que estavam sempre a perguntar ‘Quando é que vocês abrem aqui?’ e a dizer ‘Vai ser um sucesso do caraças!’”, conta-nos Lourenço, na nova doBeco. A padaria ocupa o espaço de uma antiga fábrica de garrafas de água da marca D’água e que antes também tinha sido um escritório. Ao contrário do que acontece em Arroios, ainda que se mantenha a mesma estética, este espaço é bem maior e mais luminoso, graças às grandes janelas na fachada do edifício. E além do piso de baixo, tem uma mezzanine com mais mesas onde sentar.
Mas aqui o grande destaque vai mesmo para a cozinha, que é visível da sala, de onde podemos ver ser produzida toda a pastelaria. Para Lourenço, essa é uma das coisas que torna este sítio especial. “As pessoas não estão habituadas a ver a produção. Se eu te perguntar como é que se faz um croissant, sabes mais ou menos, mas aqui consegues vê-los a laminarem a massa, a pôr a manteiga… Isto com todos os produtos, com os bolos de canela, o pain au chocolat. Acaba por criar uma conexão e uma proximidade com o cliente”, diz.
Cliente, esse, que “num bairro mais internacional”, é na sua maioria estrangeiro e está “mais habituado a este tipo de conceito”, acredita o co-proprietário, que mesmo assim não deixa de notar um aumento na clientela portuguesa. “Nós somos uma marca portuguesa, com um nome português e queremos que as pessoas pensem ‘Eu vou ao doBeco porque também eles são portugueses’”.
A carta é a mesma e vai mudando consoante as estações do ano, sendo que todos os meses há cafés especiais e sempre três novidades de pastelaria. António, que costuma ser a mente por detrás da carta, já está a pensar nos novos pratos que chegarão com a Primavera, mas ainda não está nada definido. O ovo tornado (12€), por exemplo, que é agora feito com dois ovos em bun de brioche recheado com batata, brócolos assados e molho camembert com gouda e sour cream, acompanhados de coleslaw caseira, voltará à receita original, com kimchi.
No resto dos clássicos não se mexe. É o caso do croque monsieur (10€), com bechamel, queijo gouda, fiambre e cebolinho, ou dos ovos clássicos (9,50€), que podem ser estrelados, mexidos, à la coque ou em omelete tornado, com coleslaw caseira e couve pak-choi assada. Nos pratos de brunch, destaca-se o doBeco (15€), que leva ovos, bacon ou salmão, gouda, fiambre artesanal, hash browns com brócolos, pak-choi grelhado com “hot honey”, tomate assado, pão e manteiga. De menus, há um pensado para o pequeno-almoço (14€), com café, ovo e uma pastelaria, e outro pensado para o brunch para duas pessoas (32€), que inclui prato, duas pastelarias, tigela de iogurte, cesto de pão com manteiga e duas bebidas. Já as bebidas vão do café de especialidade ao matcha, passando pelos sumos naturais, chás e vinhos.
Para o futuro, Lourenço não descarta a ideia de abrir mais padarias na cidade. “Queremos ser um bocadinho exclusivos, no sentido em que queremos ter a certeza de que os conceitos que abrimos funcionam. Se abrir vinte, vou estar a tirar público de um para ir para o outro, por isso é encontrar sítios estratégicos”, afirma. Mas uma coisa tem a certeza: “Queremos abrir em bairros portugueses, que acho que é importante". "Acho que, hoje em dia, o português está um bocadinho farto de todos aqueles conceitos estrangeiros, muito para o turista."
Rua de São João da Mata 18 (Santos). Seg-Dom 08.00-18.00