O que aconteceu com Izabella Camargo após deixar a Globo?

Após receber o diagnóstico e ser demitida, a jornalista precisou voltar seu foco à saúde mental e entender seu verdadeiro propósito

May 13, 2025 - 21:22
 0
O que aconteceu com Izabella Camargo após deixar a Globo?

Ao chegar em São Paulo pela primeira vez, Izabella Camargo desembolsou uma pequena fortuna por um táxi da rodoviária até a Vila Guilherme. Estava a caminho de uma entrevista no SBT, por ter conquistado o segundo lugar no Miss Brasil 1997, e não fazia ideia de que havia um metrô que faria aquele trajeto por uma fração do preço.

Nos corredores da emissora, a menina que cresceu em um sítio em Cambira, interior do Paraná, perguntou se eles estavam à procura de bailarinas. Tinha 16 anos e foi contratada para o Tempo de Alegria, de Celso Portiolli.

Entrada no programa “Fantasia”

Meses depois, começou a trabalhar no programa Fantasia. “Era o auge dos anos 1990”, diz. Aparecia no ar de segunda a sexta, por duas ou três horas todas as tardes. Arnaldo Saccomani, responsável pela parte musical da atração, anunciou que gravaria um CD com músicas do programa e perguntou “quem sabe cantar?” às 50 bailarinas.

Mesmo sem saber, Izabella arriscou um Bem Que Se Quis, de Marisa Monte. Arnaldo então questionou o que ela queria fazer da vida. “Não faço ideia”, respondeu. Ele a aconselhou: “Procure um curso de rádio. Sua voz é grave e, dependendo do caminho que seguir, pode se dar bem”.

Entrada no curso de rádio e locução

No dia seguinte, já estava matriculada na turma de rádio e locução do Senac. “Podia não escutar o conselho, mas era uma pessoa com mais repertório falando algo que até então eu desconhecia. Fui mudando meu destino à medida que comecei a prestar atenção no que diziam”, reflete. Depois, decidiu cursar Jornalismo na São Judas Tadeu e percebeu que seu lugar não era nos palcos, mas sim, no jornalismo.

Início de sua trajetória no jornalismo

Assim, logo começou a trabalhar como repórter no canal de Silvio Santos, na BandNews e na Bandeirantes, onde venceu o Prêmio Esso de Jornalismo com a série Vizinhos do Crack. Ela acredita que foi isso que abriu as portas para a Globo.

Contratada pela Globo

Na nova emissora, iniciou apresentando a previsão do tempo, substituiu colegas nos telejornais locais e chegou ao Hora 1. Em 2018, acumulava três jornais da grade, além de participações no G1. Até que veio o burnout.

Continua após a publicidade

Demitida após um burnout

“Fui afastada por dois meses e 15 dias e, quando voltei, fui demitida. Não esperava ser desligada de um lugar em que tinha certeza que não era uma peça descartável.”

Apesar dos resultados positivos e dos convites que recebera anteriormente, nenhuma emissora a chamou para ocupar qualquer vaga. “Fui exposta publicamente como incapaz.”

Ativismo em prol da saúde mental

Foi assim que resolveu fazer da saúde mental a sua grande bandeira. Desde então, já palestrou sobre o tema para mais de 250 empresas, lançou o livro Dá um Tempo!, sobre gestão do tempo, e prepara o próximo lançamento, desta vez focado em burnout.

“O comprometimento que eu tinha com o meu trabalho não estava errado, só deveria ter tido um pouco mais de comprometimento comigo. Digo que a pessoa pode vestir a camisa da empresa, desde que vista o pijama também”, reflete. 

Primeira gestação

Dois anos após o burnout, aos 39, viveu a primeira gestação. “Consegui gerar o amor depois de experimentar o amor-próprio.” Agora, comemora a segunda. “Minha saúde está muito melhor, porque, quando você cuida do seu corpo, é impressionante como ele funciona bem. Estar grávida aos 44 anos é a resposta disso.” 

Continua após a publicidade

A gestação também trouxe novos cuidados: “Estou vivendo de forma muito mais coerente”. Orientada por sua médica a controlar o índice glicêmico para evitar uma possível diabetes gestacional, Izabella percebeu a falta de informações sobre o tema, algo que já tinha enfrentado durante o burnout.

Mais uma vez, transformou o desafio em uma iniciativa, criando um especial sobre maternidade com 15 episódios, que estreia em maio no seu videocast, Interioriza.

Essa atitude de converter um problema pelo qual ela passou em divulgação de informação é motivo de orgulho para a comunicadora. “Sete anos depois do que vivi, fico muito feliz de ter conseguido sair da cadeira de vítima e ter ido para cadeira de aprendiz. Ao buscar respostas para me ajudar, acabei ajudando muitas pessoas.”

E isso está ligado a um desejo maior. “Meu grande sonho é que um dia eu não precise mais dizer que saúde mental é um direito, e não um privilégio.”

Assine a newsletter de CLAUDIA

Receba seleções especiais de receitas, além das melhores dicas de amor & sexo. E o melhor: sem pagar nada. Inscreva-se abaixo para receber as nossas newsletters:

Continua após a publicidade

Acompanhe o nosso WhatsApp

Quer receber as últimas notícias, receitas e matérias incríveis de CLAUDIA direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp

Acesse as notícias através de nosso app 

Com o aplicativo de CLAUDIA, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ilimitado ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja e Superinteressante.

Publicidade